A partir desta quarta-feira, 30 de novembro, o professor Fernando Spilki participará do Seminário Marco Zero: a primeira reunião, em Brasília, dos coordenadores dos projetos aprovados na Chamada Pública Prevenção e Combate ao vírus Zika (ZIKV) de todo o Brasil. Com atividades previstas até 2 de dezembro, o encontro é promovido pela  Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)/Ministério da Educação (MEC). 

Além dos pesquisadores, participarão especialistas membros dos comitês Julgador e de Relevância Social da chamada, além de técnicos e gestores dos ministérios. “Vamos formar grupos de trabalho para tentar fazer com que esses projetos tenham mais diálogo e que montemos estratégias complementares para fazer com que esse conhecimento avance mais rápido”, afirma Spilki. Além do estudo coordenado pelo professor, o grupo da Feevale tem participação em projetos de outras instituições, como uma pesquisa da UFRGS que tem o intuito de entender como se dá a patogenia (microcefalia), e outra em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), que tem objetivo de gerar uma ferramenta diagnóstica baseada em nanotecnologia. 

A Universidade Feevale integra uma frente nacional de pesquisa para o combate ao vírus Zika. Por meio da Chamada Prevenção e Combate ao vírus Zika, da SCTIE/MS, do CNPq/MCTIC e Capes/MEC, projetos de pesquisa em universidades de todo o País foram selecionadas para unir esforços em projetos de pesquisa científica e tecnológica com foco na prevenção, diagnóstico e tratamento da infecção do vírus e doenças correlacionadas e no combate ao seu vetor, o mosquito Aedes aegypti. A Instituição, em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), iniciará pesquisas que permitirão avançar no conhecimento do ZIKV e testar novos medicamentos contra a infecção.

Liderada pelo pesquisador Fernando Spilki, da Universidade Feevale, a equipe conta com Juliane Deise Fleck, Caroline Rigotto, Carolina Augusto Venker, Ana Luiza Ziulkoski e Sabrina Esteves de Matos Almeida, da Feevale, e com Henri Stephan Schrekker, da UFRGS. De acordo com Spilki, por meio de três frentes principais, se buscará elucidar questões sobre a biologia da replicação do ZIKV e de sua diversidade genética, além de testar compostos imidazólicos (espécie de medicamentos utilizados como antifúngicos) como possíveis antivirais para o combate à infecção pelo vírus. 

Conforme o professor Spilki, há um longo caminho de trabalho pela busca de um novo medicamento. “Já existem testes de antivirais no mercado, mas há uma demanda para novos compostos que sejam seguros para gestantes. O problema dos antivirais mais tradicionais é que eles interferem, também, em determinadas funções celulares, então são especialmente perigosos para serem utilizados quando o feto está em desenvolvimento. Esse é um desafio também, gerar novos antivirais que sejam mais seguros”, completa. 

O projeto teve o aporte de mais de R$ 100 mil na Chamada MCTIC-CNPq/ MEC-CAPES/ MS-Decit / FNDCT Nº 14/2016 – Prevenção e Combate ao vírus Zika. A Universidade Feevale investirá, por sua vez, cerca de R$ 70 mil na pesquisa.