Enfrentamento à Covid-19

Enfrentamento à Covid-19

Universidade Feevale protagoniza atendimento às demandas da Covid-19

Durante o ano de 2021, o Mestrado Acadêmico em Virologia manteve as ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19 em diversas frentes. Assim, por meio do Laboratório de Microbiologia Molecular, foi ampliada a oferta dos exames para pessoas físicas, prosseguindo, também, o atendimento ofertado desde 2020 às prefeituras e empresas gaúchas. A demanda totalizou 24.245 exames de diagnóstico de Covid-19, oriundas de 325 empresas/pessoas físicas e 27 prefeituras.

Sabendo que o diagnóstico molecular de Covid-19 possibilita manejo apropriado dos pacientes e, consequentemente, adequada atenção à saúde da população, a Universidade Feevale buscou otimizar os processos e técnicas utilizadas. Com isso, passou a disponibilizar os resultados de forma ainda mais rápida, a partir de 12 horas após o recebimento das amostras.

A atuação da equipe no âmbito da Rede Vírus do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Rede Corona-ômica MCTI/FINEP, coordenada pelo professor Fernando Spilki, pesquisador do mestrado em Virologia, permitiu o sequenciamento, por Next-Generation Sequencing (NGS), de 682 amostras positivas para SARS-CoV-2, provenientes do diagnóstico. Isso possibilitou o monitoramento das variantes virais em circulação, o acompanhamento da evolução viral, a identificação de mutações associadas à transmissibilidade e/ou a virulência e a vigilância da resposta viral à vacinação.


Capacitação para trabalhadores em saúde

Paralelamente, a partir do projeto “Estratégias de capacitação para trabalhadores em saúde no enfrentamento a epidemias virais respiratórias na Atenção Básica”, da mestranda Joseane Menzen, sob orientação da professora Ana Luiza Ziulkoski, foram capacitados 88 indivíduos de seis Unidades de Saúde da Família (USFs) de Novo Hamburgo.

Duas estratégias de capacitação foram empregadas: videoaulas e serious game. Também participaram do estudo 45 indivíduos de outras três USFs, a fim de avaliar o impacto das capacitações, sendo verificado significativo acréscimo de conhecimento referente ao tema nos grupos capacitados, independente da estratégia de capacitação utilizada. A mestranda realizou, ainda, oficinas de lavagem de mãos e orientação sobre uso de máscara em três escolas da rede básica de ensino do mesmo município. Além disso, foram desenvolvidos materiais informativos a respeito de medidas não farmacológicas de prevenção à Covid-19, que se encontram disponíveis na rede social oficial do Mestrado Acadêmico em Virologia.


OUTRAS AÇÕES DE IMPACTO SOCIAL DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DA VIROLOGIA

Análises de vírus em amostras ambientais

O Laboratório de Microbiologia Molecular é o único no Rio Grande do Sul e, um dos poucos no país, que realiza serviços de análise de vírus entéricos em cultivo celular, para amostras ambientais. Neste contexto, ao longo de 2021, foram realizadas 438 análises de amostras ambientais em cultivo celular, permitindo determinar, além da presença de vírus nessas amostras, se são infecciosos ou não.


Ecovigilância

Quirópteros, roedores e animais silvestres são considerados hospedeiros naturais de micro-organismos e podem atuar como reservatórios de agentes virais potencialmente zoonóticos. Em vista disso, ações de ecovigilância são fundamentais no intuito de monitorar a circulação e emergência de vírus que podem causar problemas à saúde humana.

Nesse contexto, e embasado nos princípios de Saúde Única, o projeto “Pesquisa e caracterização de vírus em roedores e quirópteros em áreas urbanas, periurbanas e rurais”, desenvolvido pelo mestrando Alexandre Sita, sob orientação do professor Matheus Nunes Weber, analisou amostras de swab retal de preás (Cavia aperea) do Nordeste do Brasil. Preás são roedores sinantrópicos que vivem em contato próximo com humanos, sendo, muitas vezes, criados em cativeiro para consumo em algumas regiões na América do Sul.

Dentre as amostras analisadas, 14,28% resultaram positivo para adenovírus por Nested PCR. As amostras positivas foram sequenciadas e filogeneticamente analisadas, sendo classificadas como Human mastadenovirus C (HAdV-C), que podem ocasionar quadros de infecções gastrointestinais e respiratória em seres humanos. Em geral, são mais relevantes, clinicamente, que HAdV-B e -D em pacientes imunocomprometidos. Foi a primeira detecção de HAdV em preás, evidenciando aumento da diversidade de animais silvestres que podem carrear esse importante potencial patógeno de seres humanos.


HIV

A resistência transmitida do vírus HIV (TDR) é uma realidade que tem gerado preocupação. Nesse contexto, o projeto “Prevalência de resistência transmitida do HIV-1 aos fármacos inibidores da integrase em pacientes de um serviço de testagem rápida da cidade de Porto Alegre” está sendo desenvolvido pela mestranda Cynara Carvalho Nunes, sob orientação do professor Matheus Nunes Weber.

Foi avaliada a TDR na região integrase a partir de pacientes recém-diagnosticados com infecção pelo HIV-1 (pacientes naïve) em um serviço de testagem rápida em Porto Alegre. Para isso, 70 amostras de plasma dos referidos pacientes foram submetidas a RT-PCR para amplificação completa da integrase e posterior sequenciamento. Em 2021, 42 amostras foram sequenciadas, analisadas para polimorfismos já reportados e estabelecidos que definem TDR para inibidores da integrase (Insti), submetidas à análise filogenética e à pesquisa por eventos de recombinação homóloga.

Os dados obtidos neste estudo auxiliarão no embasamento e delineamento de TARV, além de funcionar como um indicador epidemiológico e molecular acerca da circulação do HIV-1 na capital gaúcha.


Engajamento na campanha de vacinação

Em 2021, a Universidade Feevale teve uma participação ativa em questões envolvendo a vacinação. A Instituição se disponibilizou, por exemplo, a armazenar vacinas que exigem conservação a uma baixa temperatura, quando os municípios do Rio Grande do Sul, em especial do Vale do Sinos, demonstravam dificuldades para tal logística.

A Instituição disponibilizou, na época, seis freezers de temperatura ultrabaixa, que estão localizados nos laboratórios de Microbiologia Molecular e de Análises Toxicológicas, no Câmpus II, em Novo Hamburgo, e no Laboratório de Saúde Única, no Feevale Techpark, em Campo Bom.

Estudantes do curso de Enfermagem também auxiliaram, em diversas ocasiões, na vacinação contra a Covid-19 em Novo Hamburgo. O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por sua vez, realizou, em 2021, a live Vacinas como estratégia de prevenção contra a Covid-19: origem e mecanismos de ação. A atividade contou com a participação do médico Igor Marinho, infectologista pela Universidade de São Paulo e copesquisador da vacina Janssen. Além disso, professores participaram de ações alusivas ao tema, como é o caso do coordenador do curso de Medicina Veterinária, Matheus Weber, que palestrou na 31ª edição do Fórum Atitude Positiva, que teve como tema Vacina boa é vacina no braço!.


Aulas híbridas

O compromisso social da Universidade Feevale foi reiterado, em 2021, com importante atuação frente à pandemia de Covid-19. A Instituição destacou-se pela manutenção de suas ações junto à comunidade e pela oferta de serviços, que contribuíram para o enfrentamento ao coronavírus.

A partir do segundo semestre, algumas medidas foram adotadas para a continuidade das atividades acadêmicas com segurança, entre as quais, a migração das aulas em todos os níveis de ensino, que ocorriam de forma virtual, para o modelo híbrido, de forma escalonada. Com exceção dos estágios e práticas, as aulas foram realizadas com parte dos estudantes da turma de forma presencial e outra parte remota, porém síncrona com a sala de aula, em transmissão e comunicação simultânea, conforme a preferência de cada estudante. Esse formato de aula contou com a participação de um acadêmico para mediar a comunicação entre o professor e os colegas, o qual recebeu, por sua participação, certificação em atividades complementares.


Atendimento aos pacientes pós-Covid-19

Através do projeto Rede de apoio e reabilitação pós-Covid-19, que teve início no segundo semestre de 2021, a Universidade Feevale atendeu 13 pacientes no Centro Integrado de Especialidades em Saúde (CIES). O objetivo foi prestar assistência em saúde e reabilitação das sequelas ou limitações provenientes da infecção, possibilitando às pessoas o seu retorno e participação efetiva na sociedade.

Os pacientes foram atendidos por professores supervisores e estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição, Educação Física Biomedicina, Farmácia e Estética e Cosmética. Dentre as especialidades, pode-se observar a maior demanda relacionada à Fisioterapia, Psicologia e Nutrição.

Além da rede, o projeto social Reabilitação Pulmonar, que já ofertava atendimento a portadores de doenças respiratórias crônicas, ampliou seu escopo e incluiu, em sua metodologia de trabalho, a atuação com pacientes pós-Covid-19. O projeto propicia a reabilitação, por meio de um programa de atividades físicas regulares, contando, ainda, com acompanhamento nutricional, educação em saúde e grupo de apoio. Foram atendidos 22 pacientes durante o segundo semestre de 2021, com uma equipe multidisciplinar dos cursos de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. O trabalho está sendo continuado em 2022.


Rede pan-americana de monitoramento de coronavírus em esgotos

O mestrado em Virologia vem realizando, durante a pandemia, uma pesquisa da prevalência de coronavírus na rede de esgoto de algumas cidades do Rio Grande do Sul. Pela relevância da pesquisa, a Universidade Feevale foi convidada a integrar a rede pan-americana de monitoramento de SARS-CoV-2 nos esgotos, a Pan-American Network for Environmental Epidemiology (Panacea).

O objetivo da Rede é obter dados em tempo real, que auxiliem na proteção da saúde pública contra exposições químicas e microbiológicas nas principais cidades do continente. Neste momento, o foco do estudo está relacionado às variantes genômicas do vírus causador da Covid-19, mas também será investigada a resistência antimicrobiana e outros agentes infecciosos.


Vigilância genômica

A Universidade Feevale integra a Vigilância Genômica da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, instituída pelo governo estadual com o propósito de monitorar o processo evolutivo de patógenos, vetores e hospedeiros. A intenção é compreender a origem de surtos, epidemias e enfermidades de interesse público, a fim de estimar a ocorrência de eventos futuros e auxiliar na adoção de medidas preventivas mais eficientes.