17/08/2016 - Atualizado 14h37min
Gislene Feiten Haubrich, do programa em Processos e Manifestações Culturais, apresentará trabalho sobre ergologia
A doutoranda em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale, Gislene Feiten Haubrich, participará, no final do mês, do 3ème Congrès de la Société internationale d’ergologie (SIE). O evento acontecerá de 29 a 31 de agosto, na Université d’Aix-Marseille, em Aix-en-Provence, França. Gislene apresentará o trabalho Dramatique d’usage de soi et objectivation d’activité: pratiques discursives de communication dans les portails d'entreprise sous la perspective érgologique (Dramáticas do uso de si e objetivação da atividade: práticas discursivas de comunicação em portais de empresa na perspectiva ergológica), que tem coautoria do professor Ernani César de Freitas.
A doutoranda explica que a Ergologia é uma proposta de análise interdisciplinar do trabalho na qual, diferentemente de abordagens tradicionais sobre o mundo laboral, admite-se que o trabalho é mais do que mera execução ou produção de capital. “É por meio do exercício da atividade laboral que o sujeito aciona toda sua bagagem do corpo e da alma. Entretanto, não se refere a uma abordagem transcendental, mas calcada no entendimento de que somos seres capazes de construir/transformar as normas sociais e não apenas reproduzi-las”, explana Gislene. A origem dessa maneira de interpretar o trabalho é a Universidade de Aix-Marseille, onde ocorrerá o congresso, que reunirá pesquisadores de diversos locais do mundo engajados na investigação do trabalho sob uma ótica interdisciplinar.
“Nesse trabalho, estudamos especialmente a tentativa de objetivação da atividade laboral, ou seja, o uso que as empresas fazem dos discursos de trabalhadores em seus portais na web. Nesses casos, pede-se que os sujeitos produzam depoimentos breves sobre o que eles realizam na organização. Mas como esses ditos são utilizados? Como eles são adaptados aos interesses e padrões de um discurso organizacional? Qual é o propósito desse tipo de ação? Como o trabalho é representado diante dessa divulgação? Enfim, são alguns percursos que percorremos na produção desse estudo.”
Gislene Feiten Haubrich, doutoranda em Processos e Manifestações Culturais