Ideia partiu de um projeto desenvolvido por estudantes do 5º ano do Instituto Ivoti
Em breve, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Ivoti terá acesso a uma classe adaptada às necessidades de seus alunos. Cinco estudantes dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecânica da Universidade Feevale criarão, nos próximos meses, um protótipo de uma mesa para pessoas com deficiência, que deve contar com gaveta que abre com toque, ajuste de altura eletrônico e possibilidade de expansão da superfície, entre outras funcionalidades.
Os acadêmicos, que cursam a disciplina de Projeto Integrado II, tiveram como inspiração um projeto que três alunas do 5º ano do Ensino Fundamental do Instituto Ivoti desenvolveram, no ano passado, para a feira de ciências da escola. O trabalho, que também foi selecionado para a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia – Mostratec 2023, consistia na produção de uma classe que atendesse a maioria das necessidades de crianças com Transtorno de Espectro Autista.
Nesta semana, durante a aula da disciplina, as estudantes Valentina Johann Krick, Isadora Klein e Laura Rafaela Metz Arnold, junto da professora Franciele dos Santos Cavalheiro, foram convidadas a apresentar seu projeto à turma de graduandos. Elas mostraram os protótipos em 3D da mesa que desenvolveram, que possui uma gaveta com divisórias, para organização pessoal do aluno; canaletas para que seus lápis não caiam no chão; e uma tira em EVA, posicionada próxima ao chão, a fim de abafar o som quando alguém bate com o pé na classe, além de outras características que serão aproveitadas pelos acadêmicos. Como as meninas observaram, durante o desenvolvimento do trabalho, que a classe também deveria atender a outras especificidades, além do autismo, criaram mesas para pessoas com nanismo, obesidade e usuárias de cadeiras de rodas.
Intervenção na Apae de Ivoti
A ideia, agora, é que o grupo de acadêmicos dê continuidade ao projeto das alunas do Instituto Ivoti, criando o protótipo físico da classe que, na Apae, será aproveitada para uso do computador. Ao apresentarem o diagnóstico que desenvolveram junto à entidade, os acadêmicos apontaram que mais de 100 pessoas, com idade entre 6 meses e 62 anos, e vindas de três diferentes municípios, são atendidas no local. O objetivo do projeto é contribuir para a inclusão dos alunos, facilitar acessos, preservar a ergonomia e dar visibilidade a causa, servindo de referência a outras instituições.
A Apae apresenta diversos problemas estruturais, mas o mais urgente é o de falta de equipamentos. Na parte ergonômica, é preciso fazer muitas adaptações para que pessoas com deficiência consigam usar a mesa do computador. Essa adaptação se torna difícil tanto para os alunos quanto para os funcionários”, afirma Leonardo Henrique Fuhr, aluno da Engenharia Eletrônica que integra a equipe.
Os demais acadêmicos são Vitor Mauer (Engenharia Mecânica), Gabriel Assmann (Engenharia Civil), Rafael Mayer (Engenharia Mecânica) e Carlos Augusto Griebler (Engenharia Mecânica). As professoras que ministram a o componente curricular são Daiana Cristina Metz Arnold (Engenharia Civil) e Cristine Kassick (Psicologia).