Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, integra comitê de especialistas que elaborou o documento
Em setembro de 2023, uma reunião convocada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), em Roma (Itália), teve o objetivo de atualizar as diretrizes para prevenção de vírus entéricos humanos em alimentos. O encontro da Joint FAO/WHO Expert Meeting on Microbiological Risk Assessment (JEMRA) reuniu especialistas de todo o mundo, entre os quais o pró-reitor da Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki. Agora, foi divulgado o relatório Microbiological risk assessment of viruses in foods: part 1: food attribution, analytical methods and indicators: meeting report, resultado do trabalho dos pesquisadores.
O comitê de especialistas revisou a literatura e os bancos de dados de vigilância disponíveis e classificou os vírus transmitidos por alimentos de acordo com a frequência e gravidade, bem como os produtos alimentares relevantes de maior preocupação para a saúde pública. Também discutiu métodos de testes de vírus realizados para investigação de surtos e testes de produtos, como parte de estratégias de vigilância e monitoramento, e revisou os indicadores atuais e potenciais de contaminação viral.
O objetivo principal do documento é fornecer orientações sobre como prevenir ou minimizar a presença de vírus entéricos* humanos em alimentos, mais especificamente, vírus da hepatite A e E e norovírus. Com as questões emergentes associadas aos vírus de origem alimentar e os recentes desenvolvimentos científicos, a FAO sentiu a necessidade de atualizar as informações sobre os vírus transmitidos pelos alimentos e os produtos alimentares que constituem a maior preocupação para a saúde pública.
Conforme Spilki, a discussão sobre a questão de transmissão de vírus em alimentos foi retomada no âmbito da FAO e da OMS, após vários anos. “Esse trabalho conjunto demonstra que, sem dúvidas, são necessárias medidas de intervenção, que alguns vírus devem receber um grau mais elevado de atenção e monitoramento nesse contexto e que esse é um esforço válido para a promoção de uma alimentação mais segura no século XXI”, explica.
O volume traz um detalhamento desses conceitos e perspectivas, que pode ser de interesse para tomadores de decisão em saúde pública, cadeias produtivas de alimentos e profissionais de saúde em geral”, completa o pró-reitor.
O documento está disponível no link.
Saiba mais
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é a agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) que trabalha no combate à fome e à pobreza, por meio da melhoria da segurança alimentar e do desenvolvimento agrícola.
- Vírus que se multiplicam no trato gastrointestinal e que podem ser transmitidos por água e alimentos.