Desenvolvido em programa de pós-graduação da Feevale, projeto foi apresentado no II Congresso Luso-Brasileiro em Transtornos de Aprendizagem
Um aplicativo desenvolvido pela Universidade Feevale para auxiliar na educação de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) recebeu, no último fim de semana, o prêmio Inovação em Educação no II Congresso Luso-Brasileiro em Transtornos de Aprendizagem. Com o tema Dislexia, cognição e emoção, o evento aconteceu de 10 a 12 de novembro, na Universidade Mackenzie – Consolação, em São Paulo (SP). Promovido pela Associação Brasileira de Dislexia e pela Qualconsoante, de Portugal, o congresso teve o objetivo de levar a todos os profissionais o que de melhor se faz na área de práticas pedagógicas e clínicas em relação a transtornos de aprendizagem.
O Alea - Aplicativo de Leitura Compartilhada para Crianças com Transtorno do Espectro Autista foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social em parceria com o Laboratório de Objetos de Aprendizagem (LOA). O projeto, coordenado pela Professora Rosemari Lorenz Martins com a colaboração da Professora Lovani Volmer e da doutoranda do PPG, Viviane Cristina de Mattos Battistello, constitui-se um aplicativo de leitura compartilhada voltado para crianças com TEA que estejam na Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, que será disponibilizado gratuitamente para celulares e na web. A ferramenta traz três histórias: Heitor, o dinossauro, Caio, o papagaio e Yasmin, a pinguim. Cada uma é apresentada de forma completa e intercalada com perguntas, de diferentes níveis e tipos, para ajudar a criança a desenvolver uma melhor compreensão do texto e, também, habilidades da linguagem oral, imprescindíveis para o sucesso da compreensão leitora.
Conforme as autoras, o objetivo do projeto é auxiliar familiares de crianças com TEA e professores no processo de mediação da leitura, visando ao desenvolvimento da competência leitora e à promoção da literacia familiar - conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita. Elaborado com base no programa de leitura mediada Recall - Reading to Engage Children with Autism in Language and Learning (que prevê que adulto e criança leiam juntos), o Alea está em fase de finalização, mas testes iniciais com crianças com e sem TEA já demonstraram sua aceitação pelos estudantes da Educação Infantil. “Acreditamos que o aplicativo possa contribuir com o desenvolvimento do letramento emergente, com a aprendizagem da leitura e escrita de crianças com TEA e proporcionar, ainda, uma ferramenta para professores que atuam com crianças com esse tipo de transtorno”, afirma a professora Rosemari.
O projeto tem fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).