Empresa gaúcha produz azeites premium, sem perder a essência artesanal
Crédito:Rafael Bauer/Bolha Conteúdo
O Azeite Gaita passará a ser utilizado nas aulas do curso de Gastronomia da Universidade Feevale, principalmente na finalização de pratos. A empresa, que tem sede administrativa em Campo Bom, no Vale do Sinos, também terá participação em algumas atividades dos cursos de Gastronomia e Turismo, como aulas abertas, visitas técnicas e outras atividades que envolvem, inclusive, gestão e business.
As tratativas ocorreram no Câmpus II da Feevale, entre o gerente comercial da empresa Azeite Gaita, Emerson Santos, e três representantes da Universidade: o diretor do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Luis Henrique Rauber; a coordenadora dos cursos de Turismo e Gastronomia, Alexandra Zottis; e o coordenador do Centro de Estudos de Nutrição e Gastronomia, Daniel Bonho.
O diretor do ICHS salienta que a Feevale sempre busca aproximar os estudantes do mercado de trabalho. “Os alunos têm interesse em negócios reais, em conhecer todo o ciclo do produto, em ver como é o planejamento das empresas e como as marcas prosperam. Teremos muitas oportunidades para falar sobre o Azeite Gaita e seu mercado de atuação, pois identificamos a profissionalização da empresa”, afirma Rauber.
O olival da empresa, que está há 15 anos no mercado, fica em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra. São oito hectares nessa região que tem altitude de mais de mil metros acima do nível do mar, boa amplitude térmica e invernos muito frios. Essa combinação resulta em um terroir privilegiado que dá origem ao sabor do Gaita. O pomar abriga variedades oriundas da Europa, como as espanholas arbequina e arbosana, e a grega koroneiki, que se ambientaram ao clima da região, fornecendo matéria-prima para um azeite extravirgem de sabor marcante.
A empresa também desenvolve pesquisas, em menor escala, com outras variedades de origem espanhola e italiana. Todo o trabalho desenvolvido no pomar conta com o apoio de empresas especializadas e engenheiros agrônomos, que contribuem para a qualidade das azeitonas. A extração acontece em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com produção que alia inovação tecnológica e tradição milenar, resultando em cerca de três mil litros ao ano. “Somos premium, sem perder a essência artesanal”, diz Santos.
Em 2023, a safra da empresa possibilitou a produção dos azeites blend, monovarietal koroneiki e monovarietal leccino. O blend é produzido através da combinação das azeitonas arbequina, koroneiki e arbosana; o koroneiki, variedade de origem grega, é responsável por um azeite com alto teor de polifenóis, o que lhe confere uma picância marcante; e o leccino é produzido com azeitonas de origem italiana, que dão origem a um sabor suave, levemente adocicado e com equilíbrio entre amargos e picantes.
Crédito:Rafael Bauer/Bolha Conteúdo
Estado é líder nacional na produção de azeite
Hoje, o Rio Grande do Sul é o líder nacional na produção de azeite, respondendo por 75%, seguido por Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Segundo Matheus Costa De Boni, um dos diretores da empresa Azeite Gaita, o consumo de azeite extravirgem aumentou no país, mas ainda é muito baixo. “O brasileiro consumiu, em média, 320 gramas de azeite por ano nas últimas cinco campanhas de elaboração de azeite. Isso é muito pouco se compararmos com alguns países produtores da Europa, que têm consumos per capita que variam de 5kg a 13kg por ano. Ou seja, os brasileiros consomem cerca de 15 vezes menos que o menor consumo dos nativos de algum país produtor, como Grécia, Espanha, Itália e Portugal”, aponta.
De Boni destaca que o azeite de oliva extravirgem premium, que é produzido com azeitonas plantadas em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra, é elaborado dentro dos parâmetros mais rigorosos de qualidade e vem sendo reconhecido e premiado em concursos internacionais. Ele comenta, ainda, que está satisfeito com a parceria com do Azeite Gaita com a Universidade Feevale. “Compreendemos a relevância da atuação da Instituição na comunidade local e em nosso Estado e, por conseguinte, a sua representatividade e credibilidade. Em função disso, é de suma importância a implementação dessa parceria com a nossa empresa, pelo fato de colhermos benefícios mútuos a partir do desenvolvimento de novos projetos e ações”.