Primeiro encontro da formação Mídia, Discriminação e Pedagogias Culturais aconteceu nesta segunda-feira, 28, no Câmpus II
É preciso falar sobre gênero na escola foi o tema do painel do primeiro encontro da formação Mídia, Discriminação e Pedagogias Culturais, voltada para a direção das escolas da rede municipal de Novo Hamburgo. A atividade, liderada pelo grupo de pesquisa Criança na Mídia: Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Educação e Cultura da Universidade Feevale, aconteceu nesta segunda-feira, 28, no Salão de Atos do Câmpus II.
O painel de abertura foi conduzido pela pedagoga e mestranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Scheila Roballo, pela psicóloga e mestranda em Processos e Manifestações Culturais, Marluci Meinhart, e pelo pedagogo e bolsista de aprimoramento científico, Luiz Lamb Balon. Os três pesquisadores da Feevale iniciaram apresentando um relato de suas histórias de vida, tendo como foco as questões de gênero e sexualidade no diálogo com a experiência escolar.
Na abertura do evento, a diretora de Educação da Secretaria Municipal de Educação (SMED), Raquel Exenberger Becker, ressaltou a importância da parceria da rede pública com a Universidade.
Estamos muito felizes com a oportunidade de estarmos aqui na Feevale e com essa troca de conhecimentos. O grupo de pesquisa Criança na Mídia tem contribuído muito com discussões importantes, em um tempo de tantos desafios e violências. Valorizamos muito o saber acadêmico como contribuição fundamental para qualificar, ainda mais, a rede pública”, disse.
Na sequência, foi problematizada a relação entre educação, gênero e discriminação e apresentadas possibilidades de fazer essa reflexão com estudantes e famílias. Após, foi apresentado o guia virtual Biografias, produzido pelo grupo de pesquisa com a proposta de convidar professores/as e estudantes para conhecer algumas biografias de personalidades da música e da literatura: Lila Ripol, Lélia Gonzales, Conceição Evaristo, Graça Graúna, Cora Coralina, Elisa Lucinda, Linn da Quebrada, Emicida, Pablo Vittar, Elza Soares e Maria Bethânia. O material, que não tem a pretensão de ser um “aparato pedagógico”, mas sim, um local de consulta e inspiração para atividades futuras, está disponível em https://criancanamidia.com.br/acoes-e-campanhas/biografias-conhecendo-algumas-historias-de-vida/.
Quando problematizamos a nossa história vivida, enquanto uma experiência singular e única, estamos exercitando o processo de ensino-aprendizagem da produção de cada sujeito. Histórias de vida não são para serem avaliadas, cada pessoa sabe o que precisou empregar na sua jornada, mas elas podem nos auxiliar a pensar identidades coletivas, formas de representação e de opressão, manutenção de sistemas de poder, lugar de fala e, principalmente, nos lembrar o lugar que a educação ocupa na vida de cada um e cada uma”, afirma Scheila Roballo, mestranda do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Feevale.
A coordenadora do grupo de pesquisa e do convênio Educação Antidiscriminatória, Sarai Schmidt ressalta importância da integração entre universidade e rede pública.
É muito significativo ver os jovens pesquisadores da Feevale assumindo esse lugar de tanta responsabilidade com uma fala acadêmica que contribui para o efetivo impacto social. Esse é um desafio com o qual estamos envolvidos coletivamente. Temos a confiança da gestão pública com esse espaço para debater temas importantes quando pensamos no contexto da discriminação que afeta o território escolar”, destaca.
Até novembro, acontecerá um encontro mensal, quando os pesquisadores do grupo compartilharão suas pesquisas com a direção das escolas. O objetivo é oferecer elementos para a construção de uma política pública educacional antidiscriminatória em Novo Hamburgo.