Empresa do Feevale Techpark desenvolve projeto de produção de energia a partir de biogás | Universidade Feevale

Empresa do Feevale Techpark desenvolve projeto de produção de energia a partir de biogás

19/12/2018 - Atualizado 09h49min

Planta concebida pela Arquea Biomass Energy beneficiará municípios de Harmonia e Tupandi


A Arquea Biomass Energy, empresa incubada no Feevale Techpark, está concluindo os estudos de viabilidade técnica e econômica para instalação de uma planta de produção de energia a partir de biogás originado de dejetos de suínos nos municípios de Harmonia e Tupandi, na região do Vale do Caí, no Rio Grande do Sul. A consultoria ocorreu no âmbito do programa Low Carbon Business Action, iniciativa que financia parcerias entre pequenas e médias empresas do Brasil e de 28 países europeus. O objetivo é promover o intercâmbio de experiências inovadoras com foco na transição para tecnologias de baixo carbono.

A planta, cuja implantação está orçada no momento em R$ 21 milhões, foi projetada para dois propósitos: produção de 12 mil m³/dia de biogás (o que pode gerar 26 MWh/dia) ou conversão de biogás em biometano, gerando o equivalente a 6,9 mil m³/dia que pode ser injetado na rede da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), empresa responsável pela comercialização e distribuição de gás natural canalizado no estado.

O desenvolvimento do projeto começou em 2017 a partir de um problema ambiental dos dois municípios: ambos têm pouca área, muita produção de dejetos de suínos e ausência de recursos para lidar com a situação. No total, em 16 Km² são criadas 86 mil cabeças, que geram 600 mil litros de dejetos por dia, com alto impacto ambiental.
 
Por iniciativa das prefeituras, a Arquea foi procurada para propor e viabilizar uma solução, o que resultou na concepção da planta. A captação de investidores está em curso. Em razão das regras da Low Carbon Business Action, o projeto precisa ser desenvolvido por uma empresa brasileira e outra europeia. As prefeituras de Harmonia e Tupandi doarão o terreno para a construção e ficarão responsáveis pela coleta da biomassa nas propriedades onde os suínos são criados. O retorno financeiro dos investidores ocorrerá a partir da comercialização da energia produzida.

Na primeira fase de funcionamento da planta, está prevista a instalação de dois a quatro biorreatores responsáveis pela biodigestão dos dejetos. O gás produzido passará por um processo de purificação para remoção de impurezas (enxofre, por exemplo) e será encaminhado para geradores com potência instalada de 1 MWh. A outra opção é um processo de purificação mais complexo, em que também é retirado o CO² do gás, transformando-o em biometano que pode ser injetado na rede da Sulgás ou comprimido e envasado para comercialização.

“O projeto tem um diferencial que é o aproveitamento dos subprodutos (CO², Enxofre, terpenos, biofertilizante etc.) para fins comerciais. Ou seja, vamos transformar lixo em energia, limpando o meio ambiente, trazendo economia, desenvolvimento e consciência socioambiental para a comunidade”, afirma o geólogo Francisco Tomazoni Neto, sócio-diretor da Arquea.
 

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