Eles são beneficiários do projeto O mundo em NH: refugiados e migrantes, uma questão de direitos humanos
O ano está terminando com um saldo positivo para os participantes do projeto social O mundo em NH: refugiados e migrantes, uma questão de direitos humanos, desenvolvido pela Universidade Feevale, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (Proppex). Em 2019, os estrangeiros beneficiados pelo projeto tiveram aulas de português e participaram de diversas ações, como eventos culturais, palestras, oficinas e atendimentos individuais que envolveram os cursos de História, Psicologia e Direito. Alguns deles também foram encaminhados para atendimentos de saúde na própria Feevale.
Nesta quarta-feira, dia 18, aconteceu uma atividade de encerramento do ano, onde os participantes e suas famílias foram recepcionados na Rua Coberta do Câmpus II. Segundo a professora responsável pelo projeto, Márcia Blanco Cardoso, os beneficiários são oriundos da Venezuela, Haiti, Colômbia, Senegal, Filipinas, Palestina e Turquia.
A Feevale preza pelo acolhimento e as atividades contribuem para a adaptação e a inclusão desses estrangeiros no Brasil”, afirma.
Confira alguns relatos dos participantes do projeto, que criaram a revista O Mundo, publicada em novembro deste ano:
Há 20 anos, estávamos todos na mesma casa, no mesmo quarto e no mesmo teto. Dormíamos juntos, um ao lado do outro. Muitos colchões no chão, nenhuma luz. Tivemos só uma lâmpada que funcionava com gasolina. Passávamos muitas noites jogando cartas e escutando músicas da pátria num simples rádio de pilha. Para todos, para nossos pais, aquela época era o pior tempo. Por mim, o toque de recolher, mesmo ruim e em tempo de dificuldades, era um dos melhores momentos que eu já vivi, pois nós estávamos juntos.”
Omar Najat, palestino
A história do Haiti tem início na independência do país, em 1º de janeiro de 1804, na declaração de sua liberdade do então Primeiro Império Francês. A história do primeiro país latino-americano independente retrata um caminho instável em sua trajetória política, econômica e social até os dias de hoje. Revoltas, golpes e repressões marcaram o povo haitiano, que sobreviveu a inúmeras violações dos direitos humanos. Hoje, a pérola do Caribe tornou-se uma das nações mais pobres da América e atrai atenção da comunidade internacional desde 1991, por diversas missões da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) devido ao quadro interno de violência e miséria instalado no país.”
Alphonse Dorvilus e Ermathise Molien, haitianos
Vir ao Brasil foi uma das experiências mais significativas da minha vida. Não foi fácil sair do meu país e deixar meus amigos, sem sentir um pouco de tristeza e pensar no que aconteceria com meu futuro. Só fiz muitas orações para sentir segurança e otimismo, tudo ia dar certo. Mas as dúvidas desapareceram ao encontrar pessoas amáveis e prestativas. Foi ótimo olhar sorrisos honestos, sentir abraços amorosos e ouvir palavras de ânimo.”
Eduimar Carriazo, venezuelano