Propostas foram desenvolvidas no componente curricular de Gestão em Saúde e Empreendedorismo
Estudantes da área da Saúde da Universidade Feevale desenvolveram, neste semestre, no componente curricular de Gestão em Saúde e Empreendedorismo, modelos de negócios inovadores. Esse componente prevê o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades de gestão voltadas à área da saúde e, ainda, habilidades empreendedoras, visto que muitos estudantes, ao concluírem a graduação, tornam-se profissionais liberais ou empreendem na área.
Segundo a professora Angelita Renck Gerhardt, no desenvolvimento da proposta os estudantes são desafiados a pensarem em soluções para problemas reais, que afligem muitas pessoas, em como poderiam desenvolver soluções que aproximem quem tem os recursos de quem os necessita, e como a aplicação da tecnologia pode mediar ou criar caminhos para a solução desses problemas.
“Muitos estudantes apresentaram propostas de negócios de acordo com seus sonhos após a formatura. Uma questão interessante, que foi surgindo ao longo do semestre, foi a visão multidisciplinar na saúde. Quem desenvolveu projetos de clínicas e laboratórios já o fez com a visão da saúde integrada, com a atuação de múltiplas especialidades na área da saúde”, conta Angelita. “Nesses projetos tivemos, por exemplo, a proposta de uma clínica com foco em estética e cosmética, idealizada por estudantes de Biomedicina, Fisioterapia e Farmácia, mas agregando à equipe uma psicóloga e uma nutricionista. Outro grupo propôs uma clínica especializada no atendimento de mulheres a partir dos 40 anos, com uma visão integrada sobre esse período tão crítico para a saúde e bem-estar da mulher”, acrescenta.
Nesse componente curricular, os estudantes apresentam, ao final do semestre, trabalhos em que propõem, além de um modelo de negócios a partir de uma ferramenta de gerenciamento estratégico, um plano de negócios, em que já é analisada a viabilidade financeira do empreendimento. A professora Angelita diz que os projetos de negócios que serão encaminhados para participarem do processo seletivo de pré-incubação do Feevale Techpark, conforme desejo dos estudantes (que conheceram in loco os espaços, laboratórios, serviços e algumas empresas residentes do parque tecnológico da Universidade), são tecnologicamente inovadores e escaláveis. São eles:
Inteligência artificial - O grupo das estudantes Gabrielle Barreto Pinheiro, Monique Scherer Demuth e Thais de Jesus Acosta partiu da problemática do diagnóstico e tratamento de acordo com a estrutura e condições da pele de cada paciente, pois cada pessoa é diferente e tem demandas diferentes. O grupo desenvolveu uma proposta de software com inteligência artificial para diagnóstico e soluções/tratamentos compatíveis com as necessidades e a estrutura da pele de cada indivíduo.
Tapete interativo - Vitória da Silva, que além de estudante de Fisioterapia cursa Pedagogia, desenvolveu a proposta de um tapete interativo, com módulos sensoriais que respondem ao toque com estímulos de movimento, calor, frio e texturas diversas. Esse produto tem como foco crianças com TEA, que têm dificuldades em lidar com esses estímulos, o que limita sua interação com o mundo.
Prontuário - O grupo formado pelas estudantes Rafaela Mombach, Ágatha Schmidt e Cassia Dapper partiu da problemática de que os prontuários de cada pessoa estão distribuídos pelos diversos sistemas e profissionais de saúde que a atende, ou seja, além de não ter acesso às suas próprias informações, cada profissional da área da saúde que a atende não tem a visão do histórico, tratamentos, exames e demais informações do paciente. Assim, elas criaram a proposta de um aplicativo capaz de se integrar com os diversos softwares de prontuários, onde cada pessoa poderá levar seu prontuário consigo, centralizando a informação com quem interessa e permitindo um melhor atendimento dos profissionais, a partir da informação integral e histórico do paciente.
Aplicativo - Já o grupo formado por Adriano Morais, Rodrigo Bastian, Daniel Chiaretin e Rodrigo Pohlmann partiu da problemática de muitos profissionais e clínicas de saúde, que acabam registrando ociosidade em alguns horários de suas agendas, enquanto muitas pessoas não têm acesso aos serviços qualificados por restrições financeiras. Assim, propõem um aplicativo em que os profissionais possam oferecer seus horários vagos por valores mais em conta e, assim, atender as pessoas que não têm acesso ao serviço gratuito e têm dificuldades de pagar consultas de quiropraxia, por exemplo, pelo valor integral.
A diretora do Instituto de Ciências da Saúde da Feevale, Caren Mello Guimarães, ressalta que a proposta do componente curricular Gestão em Saúde e Empreendedorismo vai além do cumprimento de uma carga horária prevista na matriz curricular. “Trata-se de uma oportunidade para os alunos vivenciarem a realidade de suas diferentes áreas de atuação, estimulando a inovação e a criação de modelos de negócios alinhados às demandas e às necessidades do setor da saúde”, explica. Segundo ela, como as turmas são compostas por alunos de diversos cursos da área da saúde, o componente possibilita, também, a troca de conhecimentos sobre as especificidades de cada profissão, enriquecendo e tornando os modelos de negócios desenvolvidos ainda mais inovadores e abrangentes.