Atualmente, 486 estudantes da Universidade atuam em mais de 30 espaços de saúde da região
O curso de Medicina da Universidade Feevale completa, neste semestre, cinco anos. A Instituição, que teve o curso implantado em 2017, busca formar médicos com perfis generalistas, humanistas, críticos e reflexivos. Para isso, desde o primeiro semestre do curso promove a inserção dos acadêmicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, são 486 estudantes atuando em mais de 30 espaços de saúde da região, seja em unidades básicas de saúde, hospitais ou outros espaços de cinco cidades: Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Estância Velha e Parobé.
Conforme o reitor Cleber Prodanov, o curso de Medina atua com foco na comunidade.
Tem uma forte integração com as necessidades regionais na área da Saúde. Nossa área de abrangência é a região sete - Vale do Sinos, embora também tenhamos nossos alunos atuando na Região Metropolitana de Porto Alegre. Isso tem sido muito importante para a formação de profissionais capacitados e que suprirão as necessidades das comunidades, com o acesso à Medicina com qualidade”, afirma.
A diretora do Instituto de Ciências da Saúde da Feevale, Caren Mello Guimarães, conta que a relação do estudante com a comunidade começa desde o primeiro semestre com contato com usuários do SUS na rede. É neste espaço que os estudantes passam a ter aulas e acompanham as consultas em unidades de saúde, com foco na atenção básica. A partir do quinto semestre, os alunos iniciam os atendimentos no Centro de Especialidades em Saúde (CIES) da Universidade, localizado no Câmpus II, com a supervisão dos professores.
Encaminhamos os acadêmicos para esses locais para que conheçam, desde o princípio do curso, a realidade, as demandas e as adversidades vivenciadas que irão auxiliar na tomada de decisão depois de formados”, explica. “Cada município conta com uma realidade diferente, que complementa e confronta os aprendizados, garantindo o desenvolvimento da autonomia e a proatividade dos estudantes, para que possam tomar as decisões mais adequadas em prol da resolutividade em saúde do paciente”, complementa.
Atuação em hospitais de referência
O nível de complexidade vai aumentando conforme o progresso dos estudantes na graduação e as especialidades trabalhadas a cada semestre. Desde o início deste ano, o curso de Medicina da Feevale realiza o internato. É nesse estágio do curso, por exemplo, que a acadêmica Danielle Müller teve a oportunidade de praticar o exercício médico na área de cardiologia do Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH), dirigido pela Fundação de Saúde Pública (FSNH) do município.
Conforme o professor Eduardo Camargo, que é o supervisor do internato, é durante este período que o aluno vivencia exclusivamente a prática médica, com autonomia limitada, auxiliando os médicos do hospital, conhecidos como preceptores, nos atendimentos aos pacientes.
Eles nos dão autonomia para discutir os casos, realizar condutas e interagir mais com o paciente, que é quem encontraremos lá na frente”, diz Daniele. “Acompanhamos todo o processo e isso nos faz estudar ainda mais e a buscar conhecimento em prol da resolutividade de saúde do paciente”, destaca.
Para Luciano Pires Duarte e Marcelo Amaral Piva, médicos cardiologistas do HMNH, os estudantes são bem acolhidos e transformam a realidade do local.
É um sistema onde todos ganham, principalmente o paciente”, afirma Piva. “A presença dos alunos estimula o estudo, a boa prática e a investigação médica, o que proporciona a qualificação do atendimento ao usuário do SUS, com ótimos resultados já obtidos”, acrescenta Duarte. Segundo ele, entre os diferenciais do internato no FSNH está a complexidade de doenças às quais os acadêmicos são expostos, a estrutura qualificada e o fato de o hospital ser referência regional em diversas especialidades.
A atuação dos acadêmicos também acontece em outros municípios, possibilitando o contato com outras realidades e estruturas, o que enriquece o seu desenvolvimento. É o caso do Hospital São Francisco de Assis, de Parobé, onde os alunos fazem o seu internato na área de ginecologia e obstetrícia.
Para a nossa profissão, esta vivência e troca de conhecimentos entre médicos e futuros médicos é fundamental. É um momento muito rico que estamos vivendo aqui com os alunos da Feevale, que participam de todo o processo, desde quando os pacientes são acolhidos até o momento que as mães e seus filhos deixam o hospital. Essa troca de conhecimento constante agrega e enriquece todo o ambiente”, afirma Caroline Lahude Salim, diretora médica da casa de saúde.
Auxílio nas unidades de saúde
Nas cidades de Estância Velha, Campo Bom e Sapiranga, os alunos auxiliam no atendimento nas unidades básicas de saúde. O primeiro espaço a acolher os estudantes foi a Unidade de Saúde da Família (USF) São Jacó, onde há dois anos os alunos e professores do curso de medicina da Universidade Feevale desenvolvem ações junto à comunidade. Para Leandro Batista da Costa, enfermeiro-chefe do espaço, o ingresso dos estudantes na unidade proporcionou uma qualificação nos atendimentos.
Entre as alunas que já atenderam na USF está Dara Sarubi. Ela explica que, neste local, os atendimentos são feitos por duplas ou trios, seguidos de discussão de caso com um dos professores do curso que os acompanham e, após, repassam o laudo ao paciente em atendimento. Para ela, esta prática desde o início da graduação é muito importante. “Além de ajudar as pessoas que estão na fila há algum tempo, estarmos inseridos na rede nos coloca mais próximos da realidade que vamos enfrentar e é onde conseguimos praticar tudo aquilo que aprendemos na teoria”, finaliza.
Pacientes satisfeitos
José Anolino Boeno, Luis Carlos Rodrigues, Isaura Fagundes e Frederico Jocob Hoffmeistter são moradores de Novo Hamburgo e Sapiranga. Eles possuem em comum o fato de terem usufruído de atendimentos do curso de Medicina da Universidade Feevale em parceria com seus municípios.
Os quatro elogiam os atendimentos feitos pelos alunos, principalmente por terem se sentido acolhidos e pela atenção pela qual os acadêmicos tiveram com todos durante as consultas.
Nota 10 para os alunos. Todas as vezes que eu os chamei, vieram dispostos e me explicaram muitas vezes cada passo do tratamento até a alta”, destaca Boeno. “Pela qualidade do atendimento que recebemos aqui, não conseguimos diferenciar quem é aluno ou médico”, acrescenta Rodrigues.