Reunião aconteceu nesta sexta-feira, no Câmpus II da Universidade Feevale
O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, e a secretária de Educação de Novo Hamburgo, Maristela Guasselli realizaram uma reunião nesta sexta-feira, 4 de março, para discutir os resultados do primeiro ano do convênio Educação Antidiscriminatória e planejar as próximas ações. Por meio do acordo, lançado em julho de 2021, os pesquisadores compartilham seus estudos com o objetivo de oferecer elementos para a construção de uma política pública educacional antidiscriminatória em Novo Hamburgo. O desenvolvimento dos trabalhos é liderado pelo Grupo de Pesquisa Criança na Mídia: Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Educação e Cultura da Feevale, em parceria com o Núcleo de Formação da SMED NH. Durante a pandemia, todo o trabalho foi realizado on-line, ratificando o comprometimento da Feevale em buscar alternativas para atender às demandas da comunidade em diferentes áreas nesse momento de desafios e fragilidades.
Na reunião, a coordenadora do Grupo Criança na Mídia, pesquisadora Saraí Schmidt, apresentou um balanço dos resultados obtidos de julho a novembro de 2021. Os dados indicaram a formação direta de 518 docentes de 89 escolas públicas. Nesse período, foi feito planejamento e realização de nove formações temáticas envolvendo temas como: Estigmas de Sangue no Território Escolar; Educação Midiática e Alfabetismo Visual: Compondo Outos Olhares para os Direitos Humanos na Escola; Gênero, Sexualidade e Saúde Mental na Escola; Racismo, Machismo e Meio Ambiente; Educação e Cidadania; Leituras, Biografias e Gênero; Educação de Jovens e Adultos e Direitos Humanos. Essa primeira etapa do convênio mobilizou cerca de 17 pesquisadores da Universidade, entre mestrandos, doutorandos dos programas de pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais e Diversidade Cultural e Inclusão Social, além da participação do aprimoramento e iniciação científica.
Além das formações, uma das estratégias principais no convênio é a realização de visitas virtuais da exposição fotográfica Direitos Humanos, no site criancanamidia.com.br. A equipe organizou um tutorial com uma visita virtual guiada da mostra, com os 30 artigos dos Direitos Humanos, nos quais estão retratados estudantes da rede pública e privada da cidade. Na visita virtual, são encontrados a indicação de livros, links de filmes e outros materiais selecionados, por meio de uma curadoria dos integrantes do grupo Criança na Mídia.
Para o reitor Cleber Prodanov, conseguir com que a educação faça reflexões sobre essas temáticas é sinal de que a Universidade está construindo um legado na comunidade.
Para nós, é fundamental essa ligação com a realidade, pois mostra que nossos mestrandos e doutorandos estão sendo multiplicadores de conhecimento e, um dia, ocuparão outras posições de liderança, que irão conduzir esses diálogos. Esperamos avançar ainda mais na nossa colaboração com a SMED e que possamos mostrar esse programa para outros municípios”, afirmou Prodanov.
De acordo com a secretária Maristela Guasselli, por não ser uma temática fácil, é uma atitude de coragem da Secretaria de Educação trabalhá-la com seus públicos, que são muito distintos – hoje, a rede pública municipal conta com 24 mil alunos e dois mil professores.
As crianças e adolescentes precisam dessa orientação e de lideranças. Nesse sentido, a educação antidiscriminatória, por meio desse programa, vem como uma luz, com seu referencial teórico, com o auxílio dos mestrandos e doutorandos e todos os debates conduzidos. O programa está sendo muito bem executado pela Feevale e, para nós, essa parceria é fonte de muita satisfação”, declarou Maristela.
Avaliação das ações foi positiva
No final de 2021, o grupo de pesquisa realizou uma avaliação sobre o andamento da proposta, quando as direções das 89 escolas responderam um formulário. “Nossa proposta como grupo de pesquisa era fazer uma avaliação qualitativa, escutando as escolas para buscar elementos norteadores para a segunda etapa. Foi feito um trabalho exaustivo, fizemos uma leitura atenta de cada resposta. Em linhas gerais, foi possível evidenciar o total acolhimento das escolas com a proposta e o pedido de continuidade. Esse retorno positivo foi motivador para o grupo, que está muito empenhado nessa preparação", esclarece a professora Saraí.
Os dados apontam que as formações realizadas em 2021 foram de extrema importância para a reflexão, a desconstrução e a reconstrução de novas práticas possíveis e antidiscriminatórias, tanto dentro da escola quanto com a comunidade. O relatório aponta que os subsídios teóricos trazidos nas formações foram fundamentais para embasar uma mudança de perspectiva e de comportamentos na comunidade escolar. As respostas apontam, ainda, a necessidade de avançar em termos de índices, ampliar informações a respeito das infâncias, educação, famílias e direitos humanos nos territórios plurais de Novo Hamburgo.
A professora Saraí atribui os resultados do convênio ao empenho dos pesquisadores, associado ao acolhimento total da Secretaria de Educação e mobilização do Núcleo de Formação da SMED.
Sem dúvida, tivemos uma cumplicidade muito potente entre a Universidade e a SMED NH. É emocionante, como pesquisadora, ver as salas de aulas da rede pública abertas para um diálogo que visa diminuir o preconceito e as desigualdades”, completou Saraí.