Infecção por HAdV-41 vem sendo apontada como uma causa provável de casos da doença em crianças
Os casos de hepatite aguda grave em crianças, inicialmente relatados no Reino Unido, e, segundo o Ministério da Saúde, neste momento com 28 casos em investigação no Brasil, têm causado preocupação. Os casos atualmente sob investigação ainda são de origem desconhecida. No entanto, a infecção por Human mastadenovirus F (HAdV-41) foi identificada em 91 (72%) dos 126 casos testados no Reino Unido, e por isso vem sendo apontada como uma causa provável.
O Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, que foi pioneiro no diagnóstico de SARS-CoV-2 na região e, recentemente, tem realizado diagnóstico molecular do vírus da dengue, já possui técnica padronizada para detecção do HAdV-41 em amostras clínicas, estando à disposição para investigar casos suspeitos. Os interessados devem agendar o serviço pelo e-mail tecnologico@feevale.br ou pelos telefones (51) 98295-0945 e (51) 3586-8800, ramal 8642. Pelos mesmos contatos, é possível consultar os valores dos testes – há descontos para estudantes da Instituição.
Sobre a hepatite
A coordenadora do mestrado em Virologia da Universidade Feevale, Juliane Fleck, explica que a hepatite é uma doença inflamatória que atinge o fígado (“inflamação do fígado”), que pode ser provocada por diferentes agentes (infecciosos, como vírus, e não infecciosos, como medicamentos, álcool, drogas de abuso e outras substâncias). Quando a inflamação ocorre de forma rápida e abrupta, é chamada de hepatite aguda. Dentre os sinais e sintomas da hepatite aguda, podem ser observados diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal, perda de apetite, icterícia (coloração amarelada dos olhos e da pele), prostração, fezes esbranquiçadas e urina escura, sendo importante buscar atendimento médico sempre que algum desses aparecerem.
Conforme a pesquisadora, os adenovírus são patógenos de transmissão ambiental, portanto medidas básicas de higiene, como lavar corretamente as mãos com frequência, auxiliam para evitar sua transmissão.
Além disso, é importante que crianças com sintomas gastrointestinais (incluindo vômitos e/ou diarreia), permaneçam em casa, evitando contato com outras crianças”, lembra Juliane.