Nina Silva, que palestrou no encerramento do Feevale Summit, diz que a sociedade está vivendo um momento de profundas transformações
Uma das fundadoras do Movimento Black Money (MBM), considerada a mulher mais disruptiva do mundo em 2021, a empresária e investidora anjo Nina Silva fez a palestra de encerramento do Feevale Summit na noite de sexta-feira, 15, no Teatro Feevale. Nomeada uma das 20 Mulheres Mais Poderosas do Brasil, pela Forbes, e uma das 100 Afrodescendentes mais Influentes do Mundo Abaixo de 40 Anos pela Most Influential People of African Descent (Mipad), ela falou sobre tecnologia para o impacto social.
Graduada em Administração pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Nina nasceu em São Gonçalo (RJ), numa das maiores favelas da América Latina, a Jardim Catarina. Ela trabalhou como consultora na área de sistemas de informação e gestão de projetos e chefiou equipes, inclusive fora do país, até que, depois de sofrer com a Síndrome de Burnout, provocada pelo excesso de trabalho, foi morar nos Estados Unidos.
No país norte-americano, Nina também enfrentou muitos problemas, mas entendeu que a tecnologia deveria ser mais inclusiva, voltada para a sociedade. Segundo ela, foram as dificuldades e o constante questionamento por ocupar posições de liderança que a levaram a buscar um propósito maior, que culminou na criação, juntamente com outros participantes, do Movimento Black Money.
No Feevale Summit, a especialista em inovação e tecnologia abordou a Sociedade 5.0, um modelo centrado no ser humano, que incorpora o ciberespaço e as inovação tecnológicas para a criação de soluções com foco nas necessidades humanas. “Os nossos comportamentos estão mudando numa velocidade enorme e os novos caminhos e meios digitais são flexíveis para essa mudança. Temos que colocar as pessoas no centro da estratégia, tanto dos negócios quanto das relações sociais”, afirmou, acrescentando que as pessoas precisam se conectar e criar redes que causem impacto social.
Nina ainda salientou a importância das mulheres e da população negra na economia do país. “Não somos todos iguais, mas as oportunidades deveriam ser intencionais, com equidade”, disse. Ela explicou que a presença feminina no mercado ainda é muito baixa. A participação de mulheres em conselhos em empresas do Ibovespa, por exemplo, era de 16,10% em 2021, contra 83,90% dos homens. Já nas diretorias dessas empresas, as mulheres ocupavam 12,20% em 2021, e os homens 88,80% no mesmo ano.
No mercado de tecnologia brasileiro, por sua vez, a presença de mulheres era de 319,8 mil em 2020 e dos homens 547,3 mil. Nina também apresentou dados que mostram que as mulheres são apenas 15% dos alunos de graduação em cursos de computação e que 74% das mulheres que trabalham na área da tecnologia dizem que amam o que fazem, mas as barreiras e preconceitos fazem com que 56% delas abandonem suas carreiras em níveis médios. Para a palestrante, a convergência de tecnologias está mudando drasticamente a forma como as pessoas se relacionam com o mundo e com as pessoas. “Estamos vivendo um momento único, de profundas transformações”, argumentou, acrescentando que “toda e qualquer indústria será completamente transformada nos próximos 10 anos”.
Sobre o Feevale Summit
Promovido pela Universidade Feevale, o Feevale Summit ocorreu nos dias 14 e 15 de setembro, no Câmpus II. O evento teve parceria da Sicredi, Sebrae RS, Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag) e Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI) e contou com apoio da Unimed Vale do Sinos, FCC, Regal Rexnord, REP Seguros, TKE, Valorizza, RecStream, Fundação Liberato, Carburgo, Badesul, Banrisul e BRDE. A RBS foi media partner.