Assunto foi abordado no Prato Principal de novembro, realizado pela ACI-NH/CB/EV com apoio máster da Universidade Feevale
Stahl, ao centro, com a coordenadora do Feevale Techpark, Manuela Bruxel, e o reitor da Universidade, Feevale Cleber Prodanov
O capitalismo transformou a humanidade nos últimos 200 anos. Em 1800, o PIB per capita era de R$ 500, a pobreza absoluta atingia 95% da população de um bilhão de pessoas e a expectativa de vida era de apenas 33 anos. No século XXI, o PIB per capita é de R$ 7,5 mil, a pobreza absoluta chega a 15% da população de 7 bilhões de pessoas e a expectativa de vida é de 75 anos. Por outro lado, o sistema não curou as dores do mundo. Hoje, uma em cada nove pessoas não tem o suficiente para comer no planeta, 2 bilhões de pessoas vivem como menos de US$ 3 ao dia, 70 milhões de jovens não conseguem encontrar trabalho e, desde 2015, o 1% mais rico detém mais riqueza que todos os outros 99% juntos.
Para mudar esta realidade e obter um melhor equilíbrio na distribuição de riquezas, um novo jeito de se fazer negócios cresce em todo o mundo. Os chamados negócios conscientes são resultado de uma consciência que ganha corpo no planeta e que exigirá um novo conceito de negócios. O movimento crescente, inclusive no Brasil, foi tema da palestra do diretor-executivo da Sicredi Pioneira, Solon Stapassola Stahl, no Prato Principal da última quinta-feira, 18, realizado pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV) na Sociedade Ginástica Novo Hamburgo, com apoio máster de Universidade Feevale.
“Baseado nas práticas saudáveis orientadas pelo ESG, um negócio consciente visa gerar impacto positivo em todas as partes interessadas, gerando um ganha-ganha-ganha, isto é, ganhos à empresa, aos acionistas e a todas as partes interessadas, como sociedade, empregados, concorrentes, fornecedores, sindicatos, governo e clientes”, disse Stahl. Conforme o diretor-executivo, no novo modelo, sai de cena o egocentrismo e ganha evidência o ecocentrismo, da mesma forma que a concentração de riqueza dá lugar à geração de prosperidade.
Por onde começar
Conforme Stahl, o processo de evolução para uma empresa humanizada ou um negócio consciente começa pela consciência da liderança e pela definição de um propósito, que vai além do lucro. “Sem propósito, não há impacto positivo”, alertou o palestrante, destacando que não se trata de transformação e sim de evolução. Segundo Stahl, deve-se iniciar com uma prática consciente, neutralizar o impacto negativo antes de pensar no impacto positivo e acreditar no poder do ecossistema.