Paciente é reinfectado por diferentes sublinhagens da variante Ômicron | Universidade Feevale

Paciente é reinfectado por diferentes sublinhagens da variante Ômicron

05/07/2022 - Atualizado 14h37min

Sequenciamento foi feito pela Universidade Feevale, após encaminhamento de amostras de SARS-CoV-2 pela secretaria de Saúde de Porto Alegre

Coronavírus

Após receber, da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, duas amostras de um mesmo paciente, o Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale identificou um caso de reinfecção por diferentes sublinhagens da variante Ômicron. O resultado foi divulgado na manhã desta terça-feira, 5, pela Rede Corona-ômica.BR – MCTI.

Inicialmente, o paciente de 52 anos, que reside em Canoas, foi infectado com a linhagem BA.1.1 (coleta realizada em 23 de maio) e reinfectado pela linhagem BA.2 (coleta feita de 8 de junho). O virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, chama a atenção para o fato de a reinfecção ter ocorrido em um curto período, ou seja, apenas 15 dias entre as coletas.

Um estudo recente, realizado na Dinamarca, mostrou que a BA.2 tem capacidade de reinfectar em um curto intervalo, de 20 a 60 dias, após infecções iniciais”, afirma.

Um total de 84 amostras de SARS-CoV-2, coletadas entre outubro do ano passado e junho deste ano, foram submetidas ao sequenciamento genômico no Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale, polo da Rede Corona-ômica.BR – MCTI. Além das duas amostras do paciente reinfectado, 14 são de pacientes residentes dos municípios de Campo Bom, Esteio, Ivoti, Novo Hamburgo, Portão e São Leopoldo. As demais, 68 amostras no total, são provenientes de viajantes que cruzaram a fronteira entre o Brasil e Argentina. O estudo da Feevale conta com parceria da Universidade Federal de Pelotas e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.

A avaliação do acompanhamento epidemiológico que vem sendo realizada pela Feevale demonstra que a VOC Ômicron é predominante desde janeiro deste ano, acompanhando o cenário mundial. Ela é composta pelas seguintes sublinhagens: 21K (BA.1), 21L (BA.2), 22A (BA.4), 22B (BA.5) e 22C ou (BA.2.12.1). “Dados recentes destacam a substituição da linhagem BA.1 pela linhagem BA.2 e o aumento na detecção das linhagens BA.4, BA.5 e recombinantes entre os meses de maio e junho, o que pode, em parte, ser observado neste sequenciamento, uma vez que todas as BA.2, recombinantes (XQ), além das primeiras detecções da linhagem BA.5, datam de maio e junho deste ano”, afirma Spilki.

O virologista diz, ainda, que apenas a variante BA.4 ainda não foi reportada pela Universidade Feevale. A amostra classificada como BA.5.2, que chegou ao Laboratório para fins diagnósticos, é de um viajante que chegou dos Estados Unidos no dia 18 de maio, cujos sintomas surgiram na mesma data. A amostra foi coletada no dia 27 de maio.

De acordo com o Centers for Disease Control (CDC), BA.4 e BA.5 já são as variantes predominantes nos Estados Unidos e, apesar de ainda haver poucas detecções no Brasil, sua identificação vem aumentando desde o mês de maio”, explica Spilki.

Saiba mais

A variante Ômicron foi detectada no Brasil algumas semanas após sua primeira descrição na África do Sul, a partir de passageiros que chegaram em São Paulo no final de novembro do ano passado. As amostras analisadas pelo Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale foram selecionadas para o sequenciamento de alto desempenho através da plataforma Illumina MiSeq. Todos os dados estão sendo disponibilizados em bases de dados públicos nacionais (Corona-Ômica.BR – MCTIC) e internacionais (Gisaid), com posterior submissão do trabalho ao periódico científico.

 

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