Pesquisa do mestrado em Indústria Criativa da Feevale mostra como desburocratizar o processo de desenvolvimento de estratégia para empresas criativas
No mestrado profissional em Indústria Criativa da Universidade Feevale, além dos estudos sobre conteúdos criativos, são realizadas pesquisas que auxiliam as empresas das áreas desta nova economia a elaborarem estratégias de gestão. Este foi o tema do artigo Strategic Design in Small Creative Industry Firms, publicado neste ano no Creative Industries Journal. De autoria de Serje Schmidt, Dusan Schreiber, Maria Cristina Bohnenberger e Cristiano Max Pereira Pinheiro, o trabalho busca contribuir com a proposta de um modelo estratégico mais orgânico, aplicável a ambientes dinâmicos como os da indústria criativa.
“Já ouvi muitas pessoas que trabalham na indústria criativa (artes, música, games, cultura, gastronomia, etc.) dizer que a burocracia necessária a uma estratégia destrói a criatividade e emperra o processo de inovação”, diz Schmidt. De acordo com o pesquisador, de fato, a criatividade demanda um ambiente mais solto e menos regrado. “Entretanto, para se ter uma estratégia não é necessário planejamento ou burocracia. A estratégia para uma empresa criativa deve acompanhar essa demanda, sendo desenvolvida em um ambiente mais flexível e colaborativo”, explica.
Assim, com base na natureza da atividade da indústria criativa, mais cíclica e fragmentada, os pesquisadores elaboraram um quadro teórico, como ferramenta capaz de auxiliar os empresários em seus projetos de estratégia. O referencial está organizado na forma de um ciclo, não em seta, como é comum nos esquemas de estratégia. A formulação de estratégia está apoiada em recursos, que podem ser acessados por meio de parceiros criativos, a partir da visão estratégica dos empresários criativos. “Todas as empresas necessitam de uma identidade estratégica, mas não é necessário sacrificar a criatividade para alcançá-la”, conclui Schmidt.
O artigo completo (em inglês) pode ser conferido no link: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/17510694.2018.1526606.