Pesquisa da Feevale apresenta censo da população em situação de rua de Novo Hamburgo | Universidade Feevale

Pesquisa da Feevale apresenta censo da população em situação de rua de Novo Hamburgo

27/08/2020 - Atualizado 11h11min

Estudo aponta que 70,6% dos participantes vivem nessas condições por problemas familiares

cartilha

A principal dificuldade de viver na rua é enfrentar o preconceito e a violência – relata a pesquisa responsável pelo censo da população em situação de rua de Novo Hamburgo, realizada pela Universidade Feevale em parceria com o Centro de Referência Especializado na População em Situação de Rua de Novo Hamburgo (Centro Pop). O estudo População em situação de rua de Novo Hamburgo: vivências, demandas e possibilidades de intervenção, conta com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo (SDS), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A equipe de trabalho da pesquisa contou com a participação de 15 pessoas, entre trabalhadores do Centro Pop, do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), professores e estudantes dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Jornalismo da Instituição. Foram entrevistadas, de abril a dezembro de 2019, 170 de 215 pessoas que vivem em situação de rua em Novo Hamburgo, sendo 86,5% homens e 13,5% mulheres, com idade média de 39 anos.

Segundo os dados, dentre os motivos que levaram essas pessoas a viver na rua estão: problemas familiares (70,6%), álcool e drogas (45,3%), e desemprego (19,4%).

Tais números apresentam que muitas dessas trajetórias de vida, anteriormente à ida para as ruas, são marcadas por violações de direitos e pela falta de acesso às diferentes políticas públicas, perpassando o acesso à educação, trabalho e rede de proteção social”, afirma a coordenadora da pesquisa, Carmem Giongo.

Na perspectiva dos entrevistados as principais melhorias no atendimento à população em situação de rua são: políticas de trabalho e renda (48,8%), novos projetos e serviços (32,9%) e políticas de moradia/habitação (30%). Mais da metade dos participantes já deixaram de estar em situação de rua e retornaram.

Sabe-se que existem determinadas dificuldades de as pessoas em situação de rua possuírem acesso à educação. De acordo com a pesquisa, mais de 60% dos entrevistados afirmam que não concluíram o Ensino Fundamental e 81,2% declaram que gostariam de aprender algo novo ou aprimorar conhecimentos já existentes. Em decorrência disso, o estudo aponta que 98,2% das pessoas que participaram da iniciativa não possuem emprego formal.

Estudo lança cartilha com resultados

A fim de tornar acessível à população e aos governos o estudo realizado, foi desenvolvida uma cartilha, que apresenta os resultados obtidos na pesquisa. O material, composto pela equipe que integra o grupo de pesquisador, pode ser conferido no site www.feevale.br/projetossociais.

Espera-se que estes dados contribuam para a desmistificação de discursos provenientes do senso comum, que, muitas vezes, discriminam, excluem e isolam. Que esses dados também possam subsidiar novas políticas públicas e fortalecer as ações municipais já existentes e que a voz da população em situação de rua ecoe através desta cartilha e de diversas outras ações que se somam a este trabalho, finaliza a professora Carmem.

 

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