Pesquisa detecta presença de espécies consideradas vulneráveis em área próxima à região metropolitana | Universidade Feevale

Pesquisa detecta presença de espécies consideradas vulneráveis em área próxima à região metropolitana

04/11/2020 - Atualizado 08h23min

Estudo realizado por acadêmico da Universidade Feevale faz levantamento de mamíferos não-voadores em Morro Reuter

mamíferosNa foto, a espécie Eira barbara (irara)

Um estudo realizado por Alexandre Sita, acadêmico do curso de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, está fazendo um levantamento de mamíferos no município de Morro Reuter. A pesquisa intitulada Mamíferos não voadores ocorrentes em um remanescente de Floresta Atlântica, no município de Morro Reuter, RS, BR: dados preliminares, realiza o mapeamento em uma área de propriedade particular, bem preservada, classificada como Floresta Estacional Semidecidual, inserida no bioma Floresta Atlântica.

Ao longo de um ano de pesquisa, foram observadas treze espécies de mamíferos, sendo três espécies exóticas e dez espécies silvestres, registradas para a área. Entre as espécies de mamíferos observadas, detectou-se a presença de algumas consideradas vulneráveis, como Leopardus guttulus (gato-do-mato-pequeno) e Alouatta guariba clamitans (bugio-ruivo).

O estudo, que faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Alexandre, é orientado pelo professor Marcelo Pereira de Barros. O acadêmico conta que o diferencial da pesquisa é trabalhar, especificamente, com a fauna de mamíferos, que é um grupo muito importante, ecologicamente falando, e que está diminuindo nas florestas.

O processo de degradação sobre fragmentos florestais reflete na dinâmica e manutenção das relações biológicas desses animais”, destaca Sita.

Para obter esses registros, Sita utilizou métodos como armadilhas fotográficas, análises visuais em busca de vestígios como fezes, pelos, pegadas e tocas e utilizando o censo visual e vocalização. “O objetivo foi fazer o levantamento dessas espécies, o que permite a obtenção de dados importantes que podem ser utilizados para se propor estratégias de conservação do local. Também pode-se revelar como essas espécies estão se adaptando ao avanço antrópico”, explica o acadêmico.

O professor Barros destaca que é preciso formar biólogos com conhecimento e aptidão para trabalhos práticos em campo. “A Biologia tem uma grande área de atuação, que é a conservação da biodiversidade. Nossos ecossistemas, nossa flora e nossa fauna estão muito ameaçados. Trabalhos de monitoramento de fauna nativa são extremamente importantes, pois revelam como está a situação das espécies no seu ambiente natural”, afirma.

O trabalho do Alexandre está sendo desenvolvido em uma área bastante próxima da região metropolitana de Porto Alegre (distante 63,8 km da capital) e os resultados são bastante animadores, pois demonstram que, apesar das pressões antrópicas, se mantivermos alguns fragmentos com vegetação preservados, conseguimos manter os animais”, finaliza o professor.


Espécies encontradas

  • Alouatta guariba clamitans (bugio-ruivo)
  • Leopardus guttulus (gato-do-mato-pequeno)
  • Nasua nasua (quati-de-cauda-anelada)
  • Eira barbara (irara)
  • Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca)
  • Cerdocyon thous (graxaim-do-mato)
  • Procyon cancrivorus (mão-pelada)
  • Sus scrofa (javali)
  • Dasypus novemcinctus (tatu-galinha)
  • Galictis cuja (furão)
 

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