Hub One Novo Hamburgo, unidade do Feevale Techpark
Professora da Universidade Feevale, Moema Pereira Nunes dá dicas para quem quer montar um negócio, mas não sabe por onde iniciar
O boletim do Mapa de Empresas do Ministério da Economia, divulgado em setembro, revela que o Brasil alcançou a marca de 1,4 milhão de novos negócios de maio a agosto deste ano. O crescimento registrado entre esses meses representa um aumento de 1,9% em relação ao quadrimestre anterior e de 26,5% em comparação com o mesmo período de 2020*.
Estes números refletem a reinvenção pela qual muitas pessoas precisaram passar devido à pandemia de Covid-19. Empreender, nesse cenário, se tornou um desafio maior, tanto para aqueles que já possuíam uma ideia de negócio, mas mais ainda para aqueles que, por força das circunstâncias – como perda do emprego, por exemplo – precisaram pensar em uma nova fonte de renda. Porém, para as pessoas que desejam empreender, mas não têm ideia como, por onde começar?
Conforme a professora do curso de Administração da Universidade Feevale e mentora do Feevale Techpark, Moema Pereira Nunes, a dica é pensar sobre o que está faltando no seu dia a dia ou no dia a dia das pessoas com quem se convive. “Qual é a necessidade dessas pessoas: ela não está sendo atendida ou está sendo atendida de uma forma que gera muitas reclamações? Esse exercício pode revelar o que chamamos de gap, ou uma lacuna de algo que já existe no mercado”, afirma.
Como isso pode ser um pouco difícil para quem está começando do zero, Moema aconselha a tentar perceber um espaço que se possa melhorar e, a partir daí, construir uma solução.
Podemos primeiro conversar com as pessoas para entender o problema que elas estão enfrentando, para ver se esta não é apenas uma dificuldade individual”, declara Moema.
Já tenho uma ideia. Como montar um plano de negócios?
Muitas pessoas que sonham em ser empreendedoras não estão familiarizadas com algumas etapas do processo de abrir um novo negócio. O plano de negócios é uma delas. Conforme Moema, uma recomendação é usar outros setores ou cidades como referência e buscar ali modelos de negócios que não chegaram ao local onde se pensa em abrir o novo empreendimento. “Essa também é uma forma de validar a minha ideia e melhorá-la, pois se pode conversar com pessoas e verificar se a solução que estou propondo irá atendê-los. Nesse sentido, o futuro empreendedor precisa ter a sensibilidade de perceber que a sua ideia pode ser melhorada”, avalia Moema. Após essa fase, a professora lista as seguintes recomendações:
- Utilizar o Canvas: é uma ferramenta relativamente simples para modelagem de negócios, que trabalha nove dimensões, proporcionando uma base para o desenvolvimento das etapas seguintes.
- Pesquisa de mercado: deve-se buscar informações sobre o seu mercado, investigar que mudanças ocorreram nos últimos anos e quais as tendências para o futuro. Conversar com potenciais clientes e buscar entender as suas necessidades é essencial.
- Prospecção de fornecedores: é importante começar a identificar possíveis fornecedores para analisar o potencial de operacionalização do negócio. Fornecedores podem ser grandes aliados para a oferta de produtos e serviços diferenciados.
- Análise de investimentos e do retorno desses investimentos de maneira detalhada: a partir da coleta de dados, deve-se fazer a análise da viabilidade do negócio. Pode-se traçar diferentes cenários - otimistas, realistas e pessimistas - para estar mais seguro com relação ao potencial do empreendimento.
- Construir relacionamentos: o futuro empreendedor deve conversar com quem já está empreendendo e com profissionais de áreas relacionadas ao seu negócio e à gestão. “Inclusive, oportunidades podem emergir por meio de parcerias na sua rede de relacionamentos”, afirma Moema.
Buscar conhecimentos e dedicar tempo ao negócio: o verdadeiro espírito empreendedor
Moema (foto à esquerda) lembra que, para começar o plano de negócios, o futuro empreendedor deve estar com o projeto já iniciado e que, a partir desse projeto se desenvolve o plano, geralmente com suporte teórico e apoio de uma instituição, que pode ser uma universidade como a Feevale. “Além de ser proativo, e pesquisar muito sobre valor de mercado, o empreendedor deve buscar conhecimentos, e a Instituição proporciona essa rede de suporte, por meio do Feevale Techpark”, lembra a professora.
Mas quais os outros conselhos para quem quer se tornar um empreendedor? Para Moema, além de dedicar muito tempo e recursos financeiros, é preciso abrir mão de muitas outras atividades. “Este é o verdadeiro espírito empreendedor: dedicar tempo ao empreendimento, sabendo que no início não se terá o retorno esperado, mas estar disposto a arriscar e começar o negócio”, conclui.
Pensando em empreender? Saiba mais sobre o Feevale Techpark
O Feevale Techpark realiza, periodicamente, os eventos Pitch Day e Pitch Night, que têm o objetivo de captar novos negócios para o parque tecnológico. Podem participar pessoas interessadas em viabilizar seus negócios, que, após serem selecionadas por meio de pitchs, participam de um período de pré-incubação nas unidades do parque, com assessorias e apoio para a construção de seus planos de negócios. Saiba mais no site www.feevale.br/techpark.
*Informações: Ministério da Economia