Evento faz parte do projeto internacional financiado pelo British Council, que une universidades britânicas e brasileiras
O 1º Simpósio Brasil-Reino Unido sobre Mulheres na Ciência aconteceu na última semana, em Porto Alegre, reunindo pesquisadoras e estudantes de diferentes estados do Brasil. Nas sessões temáticas que integraram o evento, foram debatidos temas como representatividade feminina nas áreas científicas, equidade de gênero na ciência, desafios e avanços.
O evento faz parte do projeto Mulheres na Ciência, financiado pelo British Council, que une universidades brasileiras e do Reino Unido: Universidade Feevale, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), King’s College London (KCL), University College London (UCL) e Glasgow Caledonian University (GCU). A atividade contou com a presença das professoras britânicas Andrea Streit (KCL), Patricia Salinas (UCL) e Patricia Munhoz-Escalona (GCU), que atuaram como mentoras ao longo de todo ano no projeto.
Em busca de equidade
Na palestra de abertura, a pesquisadora da UFRGS Aline Pan convidou as participantes a definirem em uma palavra quais os principais desafios de ser uma mulher na ciência. Palavras como respeito, credibilidade, tempo e oportunidades foram algumas das mais citadas na dinâmica. Para a professora, os dois grandes problemas que precisam ser enfrentados são: mulheres sub-representadas nas áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharias e matemática) e em cargos de liderança.
Ao todo, mais de 20 palestrantes brasileiras e internacionais participaram do simpósio. Temas como planejamento de prospecção de carreira na ciência, incentivo do interesse pela ciência desde a infância, liderança feminina, raça e feminismo, maternidade, assédio e inclusão de mulheres com deficiência foram apresentados, seguidos de debates com as participantes.
Além das conferências, representantes do British Council também integraram a atividade, com a palestra A Experiência de Athena Swan e o Marco de Igualdade de Gênero no Brasil, além de um workshop de disseminação do Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil.
Convidados reforçam compromisso com o tema
Na cerimônia de abertura, representantes das pró-reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação das quatro universidades brasileiras estiveram presentes, além da secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Márcia Barbosa. A assessora de pesquisa e pós-graduação da Universidade Feevale Ana Carolina Kayser abordou a importância do trabalho em rede com outras universidades e celebrou a representatividade das mulheres que já é uma realidade na sua instituição.
Para a secretária Márcia Barbosa, que também é pesquisadora da área STEM, espaços como o do simpósio são fundamentais para continuarmos avançando no debate e na construção de um espaço científico cada vez mais equitativo. A convidada destacou a importância de políticas públicas que assegurem a representatividade feminina e os projetos que incentivem o interesse das áreas STEM para meninas e mulheres.
Projeto segue com o levantamento de dados
O projeto Mulheres na Ciência se iniciou em 2022. Além do simpósio, a iniciativa desse ano inclui um levantamento de dados sobre a presença feminina nas universidades brasileiras participantes.
Feevale, PUCRS, UFGRS e UFPEL estão trabalhando neste levantamento, identificando onde estão as estudantes mulheres nos diferentes níveis de ensino, na docência, pesquisa e cargos de liderança. O grupo de trabalho pretende analisar esses dados. Mais informações sobre o projeto Mulheres na Ciência podem ser acessadas no site.