Solução para o tratamento da água tem patente concedida pelo Inpi | Universidade Feevale

Solução para o tratamento da água tem patente concedida pelo Inpi

02/03/2023 - Atualizado 10h40min

membrana

Universidade Feevale desenvolveu tecnologia nacional para obtenção de água reutilizável por meio de um processo de eletrodiálise

A Agência Nacional de Águas informa que cerca de 70% das bacias hidrográficas brasileiras estão seriamente comprometidas por alto nível de poluição. Nesse sentido, devido à contaminação crescente dos recursos hídricos, as tecnologias atuais de tratamento de água para produção e abastecimento público, muitas vezes, não são capazes de tratar o recurso de forma a fornecer água potável, sendo necessárias tecnologias mais avançadas para promover a sua potabilidade.

A Universidade Feevale, no âmbito no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais, contribui com o desenvolvimento da tecnologia nacional na área de tratamento da água, com pesquisa realizada no Laboratório Aquário, localizado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Limpas (Câmpus II). Em fevereiro, o estudo deu frutos e a patente de uma tecnologia inovadora em território nacional foi expedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Trata-se do Conjunto de separador e membrana para equipamentos de eletrodiálise e seu processo de montagem. A eletrodiálise reversa é um processo que emprega membranas íon-seletivas, separadores de fluxo e campo elétrico de corrente contínua como força propulsora para a purificação da água.

Além de ser empregada na produção de água de abastecimento público, a tecnologia também pode ser utilizada para o tratamento de efluentes industriais e domésticos. A invenção desenvolveu um novo design para montagem de um conjunto de membranas íon-seletivas e separadores de fluxo utilizados nos equipamentos. Este método de tratamento utiliza um processo de eletrodiálise, ou seja, técnica eletroquímica, para separar os poluentes metálicos dos efluentes, proporcionando uma alta qualidade da água tratada, o que possibilita a reutilização desta pela indústria e, ainda, a recuperação de íons metálicos.

A solução da Universidade, além de desenvolver uma tecnologia nacional para a fabricação das membranas, propõe um novo design para a montagem do equipamento, acoplando as membranas íon-seletivas e separadores de fluxo de forma a fazer um componente único. Este design possibilita uma maior rapidez na montagem do equipamento, bem como auxilia a evitar os erros nesse processo.

membrana equipamento

Produto é oriundo de pesquisa do PPG em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais

A patente é fruto do projeto Desenvolvimento de membrana e separador de fluxo para eletrodiálise e sua aplicação ao tratamento de água de abastecimento público e efluentes industriais, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – cerca de R$ 3,8 milhões –, em parceria com a empresa paulista Hidrodex Engenharia e Perfurações. O objetivo da pesquisa, realizada no âmbito do PPG em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais, foi desenvolver e aplicar membranas e separadores para sistema de eletrodiálise, a fim de possibilitar o aumento do uso dessa técnica no Brasil.

De acordo com o coordenador do projeto Marco Antônio Siqueira Rodrigues, a técnica, além de diminuir os custos de tratamento em cerca de 30%, ainda possibilita a produção de água potável quando as outras tecnologias não funcionam.

Além das companhias de tratamento para obtenção de água potável, todas as empresas que geram efluentes e querem reusá-lo em seu processo produtivo podem usar a tecnologia”, explica Rodrigues.

De acordo com o pesquisador, o objetivo, daqui para a frente, é continuar nas investigações que melhorem a qualidade de vida da população.

Na opinião de Adriano Carnaúba, administrador de projetos no Departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do BNDES, o desenvolvimento não se concretiza sem a integração do conhecimento, da tecnologia e da estrutura produtiva na busca de soluções sustentáveis para os desafios do país. “O apoio do BNDES ao projeto de desenvolvimento de membrana e separador de fluxo para o tratamento de água, recurso essencial, se revelou meritório em virtude da seriedade e profissionalismo demonstrado pelos pesquisadores e pela equipe da Feevale no desenvolvimento e execução do projeto. Em curto prazo, a equipe de projeto trouxe uma solução técnica eficiente e viável, superando nossas expectativas. Desenvolvimento sustentável é o que o BNDES e todos nós aspiramos”, afirma.

Já Walter de Oliveira, sócio fundador da Hidrodex, acredita que a parceria empresa-universidade seja o futuro de fomento para inovação do País, assim como já ocorre em países da Europa. “Consultamos diversas universidades no Brasil e os obstáculos prevaleceram. Já a Feevale nos apoiou de imediato, foi impressionante sua postura de desenvolvimento. Os profissionais envolvidos são extremamente qualificados e com visão comercial, o que torna a parceria totalmente viável e necessária. O estudo e desenvolvimento das membranas e espaçadores de eletrodiálise reversa nos garante uma autonomia e competitividade no mercado internacional”, declara.

Saiba mais

Mais informações sobre a invenção e como se tornar parceiro da Universidade Feevale podem ser obtidas pelo e-mail nitt@feevale.br.

 

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