Material pode ser conservado em freezers de temperatura ultrabaixa, em dois laboratórios da Instituição
Foto: Alana Hansen
O acesso a vacinas contra o coronavírus está sendo amplamente discutido em todo o país. Um projeto de lei que está tramitando na Câmara dos Deputados, por exemplo, abre a possibilidade de Estados e municípios escolherem as vacinas, desde que apresentem eficácia e segurança, utilizando-as conforme a sua estratégia de imunização. Empresas aéreas também estão disponibilizando suas malhas de voos para transportar o material.
Independentemente de quais vacinas serão adotadas, uma grande força-tarefa já está se formando no Brasil e a expectativa é que a população comece a ter acesso à imunização no primeiro trimestre de 2021. No Rio Grande do Sul, em especial na região do Vale do Sinos, a Universidade Feevale, que já vem realizando muitas ações junto aos municípios, inclusive testes de Covid-19, está se mobilizando para contribuir com a logística dos municípios.
Nesta semana, o reitor Cleber Prodanov colocou a Instituição à disposição da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) para auxiliar com o armazenamento das vacinas, caso a escolhida seja a da Pfizer/BionTech, que exige conservação a -80ºC.
Essa vacina vem sendo aprovada em diversos países e a tendência é que o governo federal a utilize no Sistema Único de Saúde (SUS), mas um entrave é a questão de logística de armazenagem”, disse ele à presidente da entidade, Tânia Terezinha da Silva.
Prodanov informou à entidade que a Feevale possui cinco freezers com temperatura ultrabaixa, onde parte do espaço pode ser alocado para armazenamento das vacinas. “A Universidade também poderá auxiliar em outras questões, como na vacinação escalonada por grupos, utilizando equipes dos cursos da área da saúde e estruturas de atendimentos dos próprios câmpus”, ressaltou, acrescentando que a região poderia, com isso, ser beneficiada em meio ao enfrentamento à pandemia.
O reitor lembra que, em situações difíceis como a da pandemia vivenciada neste ano, a Universidade Feevale sempre busca se aliar à sociedade para oferecer alternativas que contribuam com a saúde da coletividade.
Queremos, por meio da ciência e da estrutura da nossa instituição, colaborar para que tudo volte ao normal o mais rápido possível”, salienta Prodanov.
Combate à Covid-19
Para a presidente da Amvars, Tânia Terezinha da Silva, a Universidade Feevale tem se mostrado uma importante parceira da entidade nesse processo coletivo de combate à pandemia. “Já foi um diferencial na realização dos testes para a Covid-19, atendendo toda nossa região e agora, fazendo a frente no que diz respeito à imunização. Vejo como muito salutar essa nova parceria e nos tranquiliza saber que, quando chegar a hora de recebermos as vacinas, teremos, graças à Feevale, condições de armazená-las em um local adequado com a temperatura exigida, que é uma peculiaridade nesse caso da vacina da Covid”, enfatiza.
“Óbvio que não sabemos o tipo de vacina que teremos e nem quando isso vai ocorrer, mas estarmos prontos e estruturados para essa nova etapa no processo de cura da pandemia é muito importante para nossa região e a Feevale tem se mostrado muito atenta e disposta em colaborar, exercendo um exemplar papel de envolvimento e comprometimento comunitário e de responsabilidade social”, complementa Tânia.
Na opinião do pesquisador Fernando Spilki, professor do mestrado em Virologia, o ideal é que diversas opções de vacinas estejam disponíveis e sejam amplamente ofertadas. “Todavia, a logística de conservação de algumas vacinas é mais complicada em virtude do armazenamento a 80°C negativos”, explica. Os freezers de temperatura ultrabaixa da Universidade Feevale estão localizados no Laboratório de Microbiologia Molecular, no Câmpus II, em Novo Hamburgo, e no Laboratório de Saúde Única, no Feevale Techpark, em Campo Bom.