Universidade Feevale inicia atividades do Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Gerontologia, que acompanhará voluntários com mais de 50 anos ao longo da vida
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstrou que a população brasileira está ficando mais velha. Entre 2012 (ano em que a série histórica da PNAD se iniciou) e 2021, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, ou seja, cresceu 39,8% no período.
Para acompanhar esse público e levantar dados que possam estabelecer estratégias para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar, a Universidade Feevale criou o Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Gerontologia. Executado pelos programas de pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e em Qualidade Ambiental e pelo mestrado em Psicologia, o espaço receberá pessoas com mais de 50 anos para realizar estudos interdisciplinares longitudinais na área da gerontologia. O objetivo é acompanhar, ao longo do tempo, o processo de desenvolvimento/envelhecimento dessas pessoas.
Conforme a coordenadora do projeto, professora Geraldine Alves dos Santos, um estudo longitudinal acompanha, periodicamente, as pessoas durante o seu desenvolvimento.
Todos os grandes estudos da área da gerontologia, que entenderam de fato como ocorre o processo do envelhecimento, são longitudinais, ou seja, possuem dados acumulados ao longo dos anos com os mesmos indivíduos. Pretendemos, com o Centro, desenvolver novos conhecimentos baseados na nossa realidade, realizando uma grande pesquisa na área e utilizando essas informações para qualificar os nossos profissionais e propiciar que os participantes do estudo consigam acompanhar o seu próprio desenvolvimento, pensando sempre que não nos basta aumentar o tempo de vida, mas precisamos investir na qualidade desse tempo”, explica Geraldine.
Para isso, os voluntários serão monitorados em parâmetros biopsicossociais, como: nutricionais, psicológicos, físicos etc.
Podem participar do estudo pessoas acima dos 50 anos que residam no Vale do Sinos. Não há nenhuma restrição para ser voluntário, apenas é solicitado que se tenha disponibilidade, uma vez que a ideia é acompanhar essas pessoas ao longo de suas vidas; elas irão retornar periodicamente para refazer os testes. “Os estudos darão origem a outras ações, conforme forem identificadas demandas relacionadas aos participantes da pesquisa. Assim, poderão ser criados grupos de acolhimento para viuvez, de prevenção em saúde, de autocuidado para mulheres e de estimulação cognitiva, por exemplo”, detalha Geraldine.
Como funcionará
As atividades acontecerão em horários agendados, conforme disponibilidade dos participantes, no prédio Lilás, localizado no Câmpus II da Feevale, em Novo Hamburgo. Na sala do projeto (200A), os voluntários serão recebidos pela equipe interdisciplinar, composta por professores e acadêmicos das mais diversas áreas, como Psicologia, Enfermagem, Geriatria, Educação Física, Cardiologia, Bioquímica, Filosofia, Nutrição e Quiropraxia, por exemplo, os quais farão as avaliações, entrevistas e monitoramentos de saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail centrogerontologia@feevale.br ou pelo WhatsApp (51) 3597-5835, por onde também é possível voluntariar-se para o estudo.