Reitor da Feevale e vice-presidente do Comung, Cleber Prodanov, diz que iniciativa ainda não resolve o problema, mas que as instituições comunitárias continuarão trabalhando para que os recursos para a educação sejam ampliados
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou nesta terça-feira, 12, por unanimidade, o projeto de lei que cria o programa Professor do Amanhã. Estratégico para o governo do Estado, o programa, que integra o Gabinete de Projetos Especiais (GPE), vinculado ao vice-governador Gabriel Souza, pretende formar docentes para o fortalecimento da educação básica gaúcha.
O programa receberá investimento de R$ 57,6 milhões até 2026. Serão concedidos 800 reais mensais ao aluno como bolsa de permanência nos estudos e mais 800 reais mensais para a universidade. A intenção é beneficiar, inicialmente, mil jovens, proporcionando a formação em cursos de licenciatura nas áreas que registram maior déficit de professores atualmente, como matemática e português.
Para o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, também vice-presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), a iniciativa ainda não resolve o problema, mas é um primeiro passo, uma vez que não existia apoio, por parte do governo do Estado, para a formação superior. “Vamos continuar trabalhando para fazer os recursos aumentarem e atingirem o percentual de 0,5% da receita líquida de impostos próprios do Estado para a educação superior comunitária, conforme dispositivo constitucional”, afirma.
O Comung vem trabalhando nesta proposta, junto ao governo do Estado, desde 2019. “Agora estamos vendo os primeiros resultados e esperamos que o processo avance a cada ano, inicialmente nas licenciaturas que sofrem este apagão e, depois, em outras áreas estratégicas para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul”, destaca o reitor.
Prodanov acredita que é necessário o apoio da Assembleia Legislativa e de todos aqueles que podem fazer com que esses recursos sejam ampliados, de forma que o Estado consiga reverter essa situação de falta de apoio para o ensino superior. “Em outros Estados, como é o caso de Santa Catarina, os recursos para a educação são cada vez maiores, fazendo com que o Estado seja diferenciado em recursos humanos, atração de empresas e desenvolvimento regional”, argumenta.
Sobre o programa
O programa destinará até mil bolsas para as instituições comunitárias, para cursos de licenciatura em áreas estratégicas. A vigência será de quatro anos, contados a partir de 2024. Após o término da graduação, o estudante beneficiado deverá exercer ao menos 1.920 horas de atividades docentes na rede pública estadual.
Ainda este ano, será lançado o edital que irá selecionar propostas das universidades sediadas no Estado, para distribuir, entre estas, as mil vagas. As instituições deverão apresentar projetos de currículos inovadores, que formem docentes de acordo com a Base Nacional Comum de Formação Inicial (BNC–FI) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como as chamadas competências para o século 21: pensamento computacional, pensamento projetual e criativo, empreendedorismo, comunicação e domínio de tecnologias.
