Iniciativa fez parte do convênio Educação Antidiscriminatória, uma parceria entre a Feevale e a Prefeitura de Novo Hamburgo
Precisamos falar sobre dignidade menstrual foi o tema discutido no encerramento do circuito de encontros da formação Mídia, Discriminação e Pedagogias Culturais realizada neste semestre. O evento, que ocorreu nesta segunda-feira, 27, no Câmpus II da Universidade Feevale, fez parte das atividades propostas pelo convênio Educação Antidiscriminatória, parceria entre a Prefeitura de Novo Hamburgo e a Instituição, por meio do grupo Criança na Mídia – Núcleo de Estudos em Comunicação, Educação e Cultura.
A proposta da atividade foi refletir, junto com a direção das escolas municipais de Novo Hamburgo, sobre a menstruação de forma plural, interdisciplinar e interseccional. Além disso, o objetivo foi levar a discussão para o território escolar, considerando os marcadores sociais da diferença como sexo, gênero, raça, localização geográfica, idade e poder aquisitivo.
O encontro foi intermediado pela pesquisadora Caroline Willig, jornalista e doutoranda em Processos e Manifestações Culturais pela Feevale. Caroline investiga a temática desde a sua dissertação de mestrado, cuja pesquisa, ocorrida em uma escola do município, foi fonte para a criação da Lei Municipal nº 3.306/2021, que prevê a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda, por meio das escolas públicas municipais.
“Os estigmas envolvendo a menstruação perpassam lógicas colonialistas e ocidentais de opressão. Eles podem ser reparados no silenciamento coletivo no que tange à temática, nas cosmopercepções culturais negativas e, também, nos delicados índices de violação ou mesmo ausência de direitos e políticas públicas, como o caso da situação de vulnerabilidade social que hoje chamamos de pobreza menstrual”, explicou a pesquisadora.