Dispositivo para comunicação com surdocegos ganha Prêmio Talentos Inovadores Feevale | Universidade Feevale

Dispositivo para comunicação com surdocegos ganha Prêmio Talentos Inovadores Feevale

28/10/2024 - Atualizado 16h57min

Projeto foi apresentado na Mostratec pelos estudantes Josué Schwartzhaupt e Arthur Möller

mostratec Estudantes Josué Schwartzhaupt e Arthur Möller, da Fundação Liberato, com o reitor da Feevale, José Paulo da Rosa

O projeto Speechlink: dispositivo para comunicação com surdocegos em tempo real, dos estudantes Josué Henrique Becker Schwartzhaupt e Arthur Land Möller, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, foi o vencedor do Prêmio Talentos Inovadores Feevale. O reitor da Universidade Feevale, José Paulo da Rosa, entregou a premiação na noite de sexta-feira, 25, no Teatro Feevale.

A Universidade Feevale reconhece, anualmente, o melhor trabalho da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia – Mostratec, sendo pioneira entre as instituições de ensino a premiar jovens talentos da feira. A Instituição concedeu, aos vencedores do projeto, uma bolsa de estudos integral em um de seus cursos (exceto Medicina, Odontologia e Medicina Veterinária). Os ganhadores também usufruirão de um período de seis meses para a incubação na Incubadora Tecnológica da Feevale e o seu orientador, professor Jeferson Cristiano Wiederkehr terá direito a uma bolsa de 50% em um dos cursos de especialização oferecidos pela Universidade.

Josué e Arthur têm 18 anos e moram, respectivamente, em Novo Hamburgo e em Araricá. Além do Prêmio Talentos Inovadores Feevale, eles conquistaram o Prêmio SKA de Inovação Tecnológica e o terceiro lugar em Engenharia Eletrônica. “Participar da Mostratec foi uma experiência indescritível para nós. E recebermos o reconhecimento, através da premiação da Universidade Feevale e, também, da SKA, foi muito importante para nós”, destacam, acrescentando que aguardam, agora, convites para parcerias e participação em outras feiras.


Sobre o projeto

A surdocegueira é uma deficiência que deprava de maneira parcial ou total a visão e a audição, tornando o indivíduo dependente de familiares e pessoas especializadas. Pensando nisso, os estudantes buscam, com o trabalho, auxiliar a comunicação entre pessoas surdocegas e pessoas que não possuem conhecimento sobre língua de sinais táteis. Através de um dispositivo eletrônico, pretendem diminuir a necessidade de guias intérpretes, devolvendo parte da autonomia e do relacionamento interpessoal.

A linguagem que possibilita essa intermediação é chamada Lorm, na qual cada caractere do alfabeto corresponde a pontos na palma da mão, permitindo a formação de palavras. Pelo projeto, um circuito eletrônico é capaz de analisar a voz e converter cada caractere em seu ponto equivalente no método Lorm, além de reconhecer o toque da pessoa surdocega para transformar Lorm em voz, possibilitando uma comunicação bilateral.

Os estudantes construíram dois protótipos em MDF para comprovar o funcionamento dos conceitos teóricos do projeto. No primeiro, foi confeccionada uma matriz de 25 leds, controlada através de um microcomputador Raspberry Pi, que relaciona o acionamento sequencial de cada componente com a transcrição da voz captada através de um microfone, utilizando um modelo de inteligência artificial. No segundo, os pontos na matriz foram substituídos por condutores sensíveis ao toque, que são monitorados pelas entradas do microcontrolador, identificando o método Lorm e transformando-o em voz através de uma caixa de som. Utilizando os conceitos comprovados, foi realizada a construção de dois dispositivos em formato de luva.

A partir da análise da saída em cada protótipo, foram traçados gráficos com as porcentagens de erro e de acerto de cada teste. Os resultados obtidos demonstram que os dispositivos são capazes de reproduzir e identificar todas as letras do alfabeto com uma precisão média superior a 90%, permitindo uma comunicação fluida. “Concluímos que os protótipos desenvolvidos são capazes de auxiliar na comunicação com surdocegos e, juntos, possibilitam a tradução bidirecional da linguagem tátil Lorm e voz”, afirmam os estudantes. Segundo eles, os dispositivos construídos podem ser aprimorados utilizando um modelo mais recente do Raspberry Pi, com mais processamento, tornando a comunicação mais rápida e evitando sobreaquecimento. Também é possível tornar a luva mais resistente e flexível, visando melhorar seu uso no dia a dia.

 

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