Ao todo, 38 acadêmicos do bloco temático de Cenários de Aprendizagens em atenção à Saúde do curso de Medicina da Universidade Feevale, conheceram, na última semana, os desafios da saúde local, em que estarão imersos a partir deste semestre. O encontro, mediado por integrantes da direção da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSHN), abordou os desafios da profissão e aconteceu no Câmpus II da Instituições.
As atividades de observação dos estudantes, ao longo do semestre, acontecerá na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Unidade Básica de Saúde (UBS) e na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Morada dos Eucaliptos, todas localizadas no bairro Canudos. Eles se juntam a outros 54 colegas (do mesmo bloco temático, porém do nível II e III do curso) que já atuam nas unidades de saúde dos bairros Kephas, Getúlio Vargas, Iguaçu e Liberdade.
Ao detalhar a gestão hospitalar e os serviços disponibilizados pela FSNH, o diretor-presidente Rafaga Fontoura chamou a atenção para o perfil do Hospital, em que o foco é urgência e emergência. “Somos um hospital geral referência em alta complexidade em Traumatologia, Cardiologia e Neurocirurgia. E, neste mês, passamos a ser em Gestação de Alto Risco”, disse. Fontoura ressaltou, ainda, os números importantes para compreender o trabalho feito no Hospital, que tem de 800 a mil internações/mês e 290 partos/mês. Esse volume é, praticamente, o mesmo do Hospital Conceição de Porto Alegre.
Além disso, a FSNH, somando as unidades vinculadas, tem 40 mil atendimentos mensais, sendo 20 mil portas de emergência. A UPA Canudos, por exemplo, registra uma média de sete mil atendimentos mensais. “Há uma sobrecarga. E esse contato que vocês farão durante as atividades de observação é importante para entender a realidade da saúde pública. O Brasil precisa de jovens médicos, que prestem um serviço de qualidade para a população”, afirmou o presidente.
Sobre o compromisso dos acadêmicos
O diretor médico Hospitalar, Augusto Rafael Lengler Vargas, falou sobre o compromisso e as obrigações de ser médico diante de uma população em crescimento e, também, sobre a estrutura da saúde que não cresce com a mesma dinâmica. “Existem burocracias, judicialização da medicina, e cobranças de familiares. E mesmo com todos os empecilhos e dificuldades, a profissão é apaixonante. Vocês passarão por muitos cenários diferentes até a graduação. Se questionem sobre o que querem ser e não sobre o que querem ter”, comentou Vargas.
Já a médica de Família e responsável técnica da Direção de Gestão Ambulatorial (DGA), Rafaela Barreto, mostrou a importância das estratégias da saúde, por meio da USF, onde o paciente é sempre atendido pelas mesmas pessoas, criando um vínculo como ferramenta de saúde, e nas UBS, que atuam de uma forma mais mista, com atendimentos agendados e porta aberta. “A rotina médica é moldada por cada um. Aproveitem estes seis anos para pensar o que querem ser como médicos, além das peregrinações na rede. Conversem com especialistas, utilizem os serviços para se aprofundar na saúde”, argumentou. Também participaram da apresentação a assistente social da FSNH, Michelle Amaral Fagundes; e Pâmela Coelho, responsável pelo Núcleo de Educação e Desenvolvimento da Fundação.