Estudo sugere relação entre células de defesa do cérebro e sintomas neuropsiquiátricos na doença de Alzheimer | Universidade Feevale

Estudo sugere relação entre células de defesa do cérebro e sintomas neuropsiquiátricos na doença de Alzheimer

28/11/2023 - Atualizado 10h35min

alzheimer

Pesquisa realizada pelo professor Cristiano Schaffer Aguzzoli, do curso de Medicina da Feevale, foi publicado na revista internacional Jama Network Open

Sintomas neuropsiquiátricos, como irritabilidade, agitação, ansiedade e depressão, representam desafios significativos no tratamento de pacientes com doença de Alzheimer. São sintomas difíceis de controlar, frequentemente demandando apoio substancial das famílias no cuidado do paciente, enquanto suas causas subjacentes permanecem obscuras.

O professor do curso de Medicina da Universidade Feevale, Cristiano Schaffer Aguzzoli, liderou o estudo Neuropsychiatric symptoms and microglial activation in patients with Alzheimer Disease, publicado na Jama Network Open, o qual traz novas perspectivas sobre esse assunto. A pesquisa, realizada na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, sob a supervisão do professor Tharick Ali Pascoal, sugere, pela primeira vez, que a ativação microglial pode ser responsável por esses sintomas. A pesquisa revelou uma associação entre a ativação microglial cerebral e os sintomas neuropsiquiátricos, destacando o papel da inflamação cerebral como um fator essencial que conecta essas manifestações à doença de Alzheimer.

De acordo com o professor Aguzzoli, as micróglias são células gliais responsáveis pelo sistema imunológico do sistema nervoso central. “A ativação da micróglia ocorre quando há um dano no cérebro, como no caso da deposição das proteínas beta-amilóide e tau que ocorre na doença de Alzheimer, e isso leva a um processo de liberação de citocinas inflamatórias, causando inflamação no cérebro. Dessa forma, biomarcadores de ativação da micróglia informam, indiretamente, um processo inflamatório que está ocorrendo no sistema nervoso central”, explica.

A pesquisa foi realizada no Departamento de Psiquiatria da Universidade de Pittsburgh e incluiu 109 indivíduos de uma coorte do Canadá. Esses indivíduos tinham demência, comprometimento cognitivo leve ou cognição preservada. Os participantes foram submetidos a exames de imagem para medir a ativação microglial no cérebro, além de exame clínico para avaliar seus sintomas neuropsiquiátricos. “Utilizamos modelos de regressão linear para avaliar a associação entre ativação microglial e sintomas neuropsiquiátricos”, esclarece Aguzzoli.

“O estudo sugere que sintomas neuropsiquiátricos como irritabilidade, agitação e alterações de sono são causados pelo excesso de inflamação que ocorre em pacientes com doença de Alzheimer”, explica o professor da Feevale.

Essas descobertas têm implicações significativas, potencialmente abrindo caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos destinados a reduzir a ativação microglial e, consequentemente, a redução da neuroinflamação. Tais tratamentos podem ser promissores no alívio dos sintomas neuropsiquiátricos exibidos por indivíduos que vivem com demência”, conclui Aguzzoli.

Saiba mais

Outro achado da pesquisa foi que indivíduos que apresentam níveis mais elevados de ativação microglial no cérebro tendem a ter cuidadores que experimentam altos níveis de estresse ao lidar com esses pacientes. O estudo completo Neuropsychiatric symptoms and microglial activation in patients with Alzheimer Disease pode ser acessado o link.

A Jama Network Open é uma revista médica internacional publicada pela American Medical Association, nos Estados Unidos, revisada por pares e de acesso aberto. Ela publica pesquisas sobre cuidados clínicos, inovação em cuidados de saúde, políticas de saúde e saúde global em todas as disciplinas de saúde e países para médicos, pesquisadores e criadores de políticas públicas.

 

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