No dia 3 de agosto ocorrerá a abertura do segundo momento da mostra artística Exposição Movimento Casa Velha 40 anos. O evento, que acontecerá a partir das 19h, receberá a professora de Artes Visuais da Universidade Feevale, Lurdi Blauth, e Gilmar Luiz Tatsch, conhecido como Tacho. As obras estarão expostas na Pinacoteca Municipal, no Espaço Cultural Albano Hartz (Calçadão Osvaldo Cruz, 112 – Centro).

Para Marciano Schmitz, um dos fundadores do movimento, a Casa Velha era um “imã” de artistas. “Nós tínhamos a Feevale, que era a faculdade, o institucional. E havia a Casa Velha, um manifesto artístico, que acabava atraindo gente de todas as áreas. A Lurdi já tinha uma trajetória e começou a dar aulas na Casa Velha. O Tacho vinha de uma outra vertente, que era o cartoon. Eram realizadas exposições permanentemente, saía uma de pintura, entrava a gravura e várias outras. E, assim, fomos reunindo artistas”, explicou.

Os artistas convidados estiveram na Casa Velha em momentos distintos da sua carreira. Lurdi foi professora de tapeçaria e Tacho, aos 18 anos, realizava sua primeira exposição de cartoons. “Ter participado daquela exposição em 1977, com outros cartunistas, me possibilitou conviver com artistas geniais, como o Marciano, o Flávio Scholles, fundador da Casa Velha, e o Carlão. Cada um tinha o seu estilo, e poder vivenciar isso com eles foi um grande despertar. Um verdadeiro incentivo para seguir em frente”, conta Tacho, que apresentará um pouco do seu trabalho ao longo dos últimos 40 anos.

Além da nova etapa da Exposição Casa Velha, o memorial permanente de Carlos Alberto de Oliveira, conhecido como Carlão, também receberá novas obras. A exposição explorará a forma e as sonoridades que permeiam a obra de Carlão. São retratos cotidianos da vida musical hamburguense e da região, passando por estudos musicais, apresentações, corais, o samba, os bailes etc. Também serão expostos estudos realizados antes das obras finalizadas e os trabalhos  que antecederam a definição da identidade que marcou o artista, o naïf.

No dia 10 de abril de 1977, surgia a Casa Velha. “O primeiro movimento artístico a antever a globalização”, dizia Scholles, que fundou a Casa Velha junto com Marciano Schmitz e Carlos Alberto de Oliveira. O objeto do espaço, que permaneceu em atividade por dois anos e meio, era fazer com que os artistas locais ficassem em sua terra natal e que criassem uma identidade verdadeiramente sua, sem a necessidade de migrar aos grandes centros em busca de reconhecimento e valorização da sua arte. O local oferecia diversos cursos, como dança e expressão corporal, técnicas de jazz, laboratório de ginástica rítmica, fotografia, modelagem, aquarela, teatro, entre outros.