Instituição é a única universidade comunitária do país a integrar a Cátedra Under Rail, que investigará materiais de alta performance para o setor ferroviário nacional
Cátedra é uma esfera acadêmica responsável por investigar um tema de forma permanente. O modelo de Cátedra de Pesquisa é pouco explorado no Brasil, e a Universidade Feevale inova mais uma vez ao se juntar à Vale S.A. na iniciativa Cátedra – Infraestrutura Ferroviária – Under Rail. A Instituição formalizou a participação no projeto, que envolve universidades federais e centros de pesquisa do país, a fim de unificar suas experiências para o desenvolvimento de materiais de alta performance para as necessidades do setor ferroviário nacional.
Por meio do convênio, a Vale S.A. investirá, inicialmente, R$ 1.789.139,26 na pesquisa da Feevale, que é a única instituição comunitária a integrar o projeto de âmbito nacional. Liderada pela Universidade de São Paulo (USP), a Cátedra Under Rail tem por objetivo o desenvolvimento tecnológico e o aumento do conhecimento e compreensão sobre a interação e o funcionamento dos elementos e dos materiais existentes abaixo dos trilhos ferroviários, incluindo todos os componentes que dão condições e asseguram a trafegabilidade do transporte ferroviário, com enfoque nas ferrovias que transportam grandes volumes e elevadas cargas por eixo. Assim, será possível aumentar a disponibilidade da via, maior segurança operacional e redução nos custos de manutenção.
Por meio da Cátedra – Infraestrutura Ferroviária – Under Rail, a Feevale realizará o projeto de pesquisa Estudo de resinas poliméricas para reparo e prevenção da abrasão em dormentes de concreto. O estudo, que será desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-graduação (PPG) em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais, visa avaliar a eficiência de resinas empregadas na correção e prevenção da abrasão que ocorre nos dormentes de concreto empregados na Estrada de Ferro Carajás, entre os estados do Maranhão e do Pará, da Vale S.A. “A pesquisa auxiliará na identificação dos sistemas de resina mais adequados para correção e prevenção do desgaste por abrasão em dormentes de concreto, que são peças retangulares que vão embaixo do trilho do trem”, explica o pesquisador Fabrício Celso, líder do projeto na Feevale, que na próxima semana irá à USP, para uma reunião com a Cátedra.
A diretora de Inovação da Universidade Feevale, Daiana de Leonço Monzon, explica que a aproximação com a Vale S.A. começou no início deste ano, por meio da Wirklich, empresa estabelecida na unidade de Campo Bom do Feevale Techpark que fornece materiais em polímeros para a multinacional. Nas primeiras reuniões, a Vale já demonstrou interesse nos estudos e na infraestrutura do PPG, pois a Feevale tem uma expertise em materiais que outras universidades da Cátedra não possuem.
Para nós, é muito importante trabalhar com um problema real, em projetos que possam ser transformados em PIB (produto interno bruto) quando saírem da universidade. Precisamos apostar nas grandes empresas, que precisam de novos produtos e querem apostar na expertise das instituições de ensino, porque temos capacidade e potencial, apenas precisamos desenvolver, cada vez mais, essa cultura. A parceira com uma empresa do peso da Vale é só o primeiro fruto, mas acredito que muitos virão”, afirma.
Parcerias com grandes empresas, como é o caso da Vale S.A., contribuem para impulsionar a inovação no Brasil. Esperamos que, com os resultados da nossa pesquisa, possamos ajudar a criar soluções e potencializar o crescimento do país”, diz o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov.
Marcelo Sperb, sócio da Wirklich, percebeu, na busca por novos materiais, que a universidade poderia atender a muitas das demandas da Vale S.A. “A Vale entendeu que a Universidade possuía a estrutura e a capacidade de realizar pesquisas para a mineradora. Fico muito feliz por ter iniciado essa aproximação, e de ver que a Vale se sentiu muito à vontade aqui no Sul, inclusive pela proximidade das cores das instituições”, comemora.