Panacea visa obter dados em tempo real que auxiliem na proteção da saúde pública, contra exposições químicas e microbiológicas nas principais cidades do continente

A Universidade Feevale, por meio do mestrado em Virologia, vem realizando, durante a pandemia, uma pesquisa da prevalência de coronavírus nos esgotos de algumas cidades do Estado. Pela relevância da pesquisa, a Instituição foi convidada a integrar a rede pan-americana de monitoramento de SARS-CoV-2 nos esgotos, a Pan-American Network for Environmental Epidemiology (Panacea).

Conforme a professora Caroline Rogotto (foto), que lidera a pesquisa na Feevale, o objetivo da Rede é obter dados em tempo real, que auxiliem na proteção da saúde pública contra exposições químicas e microbiológicas nas principais cidades do continente. Neste momento, o foco do estudo está relacionado às variantes genômicas do SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Também investigará a resistência antimicrobiana (AMR) e outros agentes infecciosos.

Essa rede visa expandir as atuais capacidades analíticas dos países da América Latina e Caribe para implementar programas de vigilância da Epidemiologia Baseada em Águas Residuais (WBE) e nos permitirá ter acesso a capacidades que atualmente não estão disponíveis em nosso país”, destaca a pesquisadora. “A Panacea surgiu para fornecer um contexto internacional ao esforço dos cientistas locais para implementar capacidades de vigilância nas regiões mais vulneráveis do mundo”, complementa.

A Panacea foi criada a partir de um estudo da Universidade de Newcastle, do Reino Unido, que começou a investigar amostras históricas e contemporâneas em toda a América Latina, para determinar as variantes do SARS-CoV-2 que circulam na região. A rede conta com 14 países parceiros. No Brasil, além da Feevale, são parceiros da iniciativa a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB/SP) e as universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e de Minas Gerais (UFMG).