Atividade acontece na terça-feira, 2, quando também será lançada a formação intersetorial Violências em pauta
A Universidade Feevale lançará na próxima terça-feira, 2, a proposta do convênio Educação Antidiscriminatória para 2023. A atividade, que acontecerá às 15h, no Salão de Atos do Câmpus II, contará com a presença do reitor Cleber Prodanov e da secretária de Educação de Novo Hamburgo, Maristela Guasselli.
A parceria, que se iniciou em 2021, tem como objetivo construir uma política pública educacional antidiscriminatória em Novo Hamburgo, formando profissionais da rede pública para que sejam agentes de combate ao preconceito no território escolar. Neste ano, o convênio terá duas frentes norteadoras. A primeira frente, intitulada Violências em pauta, tem como objetivo mobilizar diferentes profissionais que impactam o território escolar, e não apenas os gestores das escolas. O escopo de ações inclui encontros mensais por adesão, direcionados a profissionais como psicólogos, agentes de segurança, assistentes sociais, professores, conselheiros tutelares, jornalistas e demais categorias que demonstrarem interesse.
A segunda frente trata da campanha Criança não é propriedade, é responsabilidade, que alerta para violências cotidianas contra público infantil e, por meio de um conjunto de fotografias, reflete situações e frases que costumam ser direcionadas às crianças. Através do convênio, pesquisadores da Feevale compartilham seus estudos e oferecem elementos para a sensibilização, no que diz respeito à educação antidiscriminatória. O desenvolvimento dos trabalhos é liderado pelo grupo de pesquisa Criança na Mídia: núcleo de pesquisa em comunicação, educação e cultura da Universidade Feevale, e mobiliza acadêmicos dos programas de pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais e Diversidade Cultural e Inclusão Social da Instituição, além da participação do aprimoramento e iniciação científica.
Criança não é propriedade, é responsabilidade
A campanha Criança não é propriedade, é responsabilidade traz como principal reflexão as violências cotidianas contra o público infantil. Ao apresentar situações e ditos popularmente direcionados a esse público, o grupo de pesquisa Criança na Mídia problematiza o lugar de subalternidade das crianças. Nesse sentido, a campanha visa alertar para as violências contra as crianças que invisibilizam as infâncias.
A campanha é composta por quatro peças, com fotografias e ditos populares que apresentam as temáticas violência psicológica, alimentação compulsória, castigos físicos e desrespeito à intimidade. Nas cenas, pessoas adultas representam situações em que se costuma ver crianças. São painéis fotográficos e cartazes que serão distribuídos nas escolas da rede pública municipal de Novo Hamburgo. “Temos uma grande expectativa do impacto que terá a campanha nos diferentes espaços da comunidade. Essa campanha surgiu numa discussão dentro do grupo Criança na Mídia sobre as múltiplas violências contra crianças. É muito gratificante ver que o conceito foi pensado no debate acadêmico, gerando uma produção coletiva e mobilizando o grupo em todas as etapas para pensar no desenvolvimento”, explica a professora e coordenadora do Criança na Mídia, Saraí Schmidt.
Na campanha, trazemos frases comuns no cotidiano das famílias e escolas, como 'criança não tem querer' ou 'no meu filho, mando eu', que são tão comuns que passam despercebidas como violentas ou possessivas, mas que o são. Além disso, usamos a fotografia como um recurso para problematizar momentos em que os adultos exibem crianças em situações vexatórias, questionando o porquê de fazê-lo com elas, já que não fazemos o mesmo com outros adultos”, explica a jornalista e pesquisadora do tema, Marina Mentz.
A produção fotográfica e o desenvolvimento gráfico têm assinatura de Alissom Brum e Alexandre Steinbach, com assessoria de Tiago Fioravante, produção executiva da jornalista Bruna Bernardo Dill e direção geral de criação de Marina Mentz. A criação do roteiro foi produzida em conjunto pelo grupo de pesquisa. A coletividade e a busca pelo impacto social são marcas identitárias do grupo de pesquisa. A campanha será exposta na Universidade Feevale e depois segue pela cidade de Novo Hamburgo.