Iniciativa é resultado de parceria entre a Universidade Feevale e a secretaria de Educação de Novo Hamburgo
Começa nesta quinta-feira, 7, a formação Gênero, sexualidade e saúde mental na escola: é preciso salvar vidas, que atenderá as equipes de coordenação pedagógica e orientação educacional das escolas da rede municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental de Novo Hamburgo. O curso será ministrado pela psicóloga Marluci Meinhart, especialista em Saúde Mental e mestranda em Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale.
A formação é uma iniciativa do grupo de pesquisa Criança na Mídia: Núcleo de Estudos em Comunicação, Educação e Cultura e integra o convênio Educação Antidiscriminatória, firmado entre a Feevale e a secretaria de Educação de Novo Hamburgo. O objetivo é pensar a saúde mental na escola, acolhendo estudantes e professores, de modo a compreender que gênero e sexualidade são aspectos fundamentais na constituição das identidades e das subjetividades de crianças e adolescentes e exaltando a importância da escuta e do acolhimento nesses processos afetivos e identificatórios. Além disso, a intenção é promover um espaço potente de reflexão sobre violência psicológica, bullyng e outras formas de opressão que afetam diretamente a saúde mental, orientando para manejos possíveis.
A proposta é reunir profissionais da educação que vivem o cotidiano escolar na rede pública para discutir a respeito da importância de abrir o diálogo e acolhimento no território escolar.
Falar sobre saúde mental da população LGBTQIA+ é urgente e necessário, uma vez que, devido à exclusão social e as violências provocadas pelo preconceito, as pessoas LGBTs vêm apresentando, cada vez mais, sofrimento psíquico. Segundo o censo LGBT 2020, 54% da população LGBT afirmam necessitar de apoio psicológico e 11,74% dizem sentir solidão. Assim, pensar gênero, sexualidade e saúde mental nas escolas é uma forma de promoção de saúde e, muitas vezes, de salvar vidas”, destaca a pesquisadora Marluci.
A atividade formativa ocorrerá no formato on-line, com três encontros mensais, às quintas-feiras. Confira as temáticas dos encontros:
Ser ou não ser: os impactos do gênero, sexualidade e saúde mental na constituição das identidades Abordar a heteronorma como construção histórica, pensando a constituição da identidade na infância e adolescência pelo viés da psicanálise e da psicologia social, e a importância do acolhimento e da escuta nesse processo.
Escola como território de cuidado
Pensar o papel das instituições como educação, família e mídia no amparo e acolhimento a crianças e adolescentes LGBTQIA+, atentando para o papel da escola e para
ações possíveis dentro dela, pensando-a como fundamental para a promoção da vida.
Acolher para salvar Como identificar casos de violência psicológica na escola e, a partir da demanda, pensar manejos possíveis não somente dentro da escola, mas também na Rede de Atenção Psicossocial do município.