Nadim, projeto da Universidade Feevale, é um espaço de fortalecimento dos direitos das mulheres
No Rio Grande do Sul, apenas no ano de 2021, 96 mulheres foram vítimas de feminicídio. Nesse mesmo período, 32.444 experienciaram ameaças, 18.042 sofreram lesão corporal e 2.148* foram vítimas de estupro – dados que incluem, também, estupro de vulnerável. No dia 8 de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, dados como esses ajudam a visualizar a dimensão da violência e do quanto ainda é preciso avançar na luta pela igualdade de gênero.
Na Universidade Feevale, o Núcleo de Apoio aos Direitos da Mulher (Nadim), vinculado ao projeto social Centro de Difusão e de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), atende a casos de mulheres da comunidade de Novo Hamburgo, vítimas de violência contra a mulher. O núcleo promove a divulgação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio, dando assistência às vítimas de violência, através de encaminhamentos aos espaços de acolhimento e por meio de palestras e materiais de divulgação, como vídeos, fôlderes e depoimentos.
Conforme a professora do curso de Direito, Lisiana Carraro, quando a mulher sofre alguma das formas de violência (física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral) ela deve pedir auxílio se dirigindo a algum dos espaços de acolhimento de seu município, como a Delegacia Especializada da Mulher (Deam) ou os Centro de Referência Assistência Social (CRAS). Esses espaços contam com profissionais da área da psicologia, jurídica e da assistência social.
A violência doméstica está na maioria dos lares e não se dá somente em relacionamentos de pessoas com vulnerabilidade econômica ou social, ela acontece em todas as classes sociais. Por isso, a mulher deve saber que não está sozinha e toda a sociedade deve dizer não à violência”, afirma Lisiana.
Conforme Daniel Sica, coordenador do projeto social Centro de Difusão e de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), em mais de uma década de atuação, o Nadim se consolidou como uma referência no combate à violência, carregando a identidade comunitária da Universidade Feevale.
Ele é um espaço fundamental para o reconhecimento e fortalecimento dos direitos das mulheres”, completa Sica.
Onde buscar atendimentos
- Nadim: (51) 3586-9215
- E-mail: nucleo@feevale.br
Novo Hamburgo:
- Delegacia Especializada da Mulher (Deam) - (51) 3584-5805; (51)3584-5804; NH-dm@pc.rs.gov.br (Rua Julio de Castilhos, 806)
- Centro de Referência Assistência Social (CRAS): contatos em www.novohamburgo.rs.gov.br
Unidades especializadas de atendimento à mulher na Polícia Civil do RS
- Delegacias e Postos da Mulher, Postos IGP e Salas Lilás e Patrulhas Maria da Penha (confira todos os locais no site ssp.rs.gov.br/observatorio-mulher)
Como identificar a violência doméstica?
- Ter medo do companheiro
- Ser agredida e humilhada
- Sentir-se insegura na sua própria casa
- Ser obrigada a ter relações sexuais
- Ter seus objetos e documentos destruídos ou escondidos (celular, carteira de identidade, etc.)
- Ser impedida de sair de casa e de falar com amigos e parentes
- Ser intimidada com arma de fogo ou faca
- Ser forçada a retirar a representação feita na delegacia da mulher
Sobre o Dia Internacional da Mulher
Oficializado em 1975, o Dia Internacional da Mulher reconhece o histórico feminino pela busca de direitos, além de proporcionar visibilidade às lutas atuais e diárias. Apesar de ser comumente relacionado com um incêndio em Nova York, em 1911, que resultou na morte de mais de uma centena de mulheres, a data de 8 de março marca um protesto de mulheres operárias contra a fome e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na Rússia.
*Fonte: Serviço de Informações Policiais/Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (SIP/Procergs)