Material é destinado a crianças cegas, com visão subnormal ou com déficit intelectual
A pesquisadora Regina Heidrich, que integra o corpo docente do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale, teve um livro multissensorial de sua autoria classificado no 2º Concurso Nacional do Livro Tátil. Os cinco primeiros livros selecionados nesse concurso serão enviados para a Europa, para concorrerem ao Prêmio Typhlo & Tactus, cuja etapa internacional acontecerá de 17 a 19 de outubro, em Bruxelas, na Bélgica.
Autora do livro Rebeca, que tem como ilustrador Maurício Hilgert, a pesquisadora ficou na quinta colocação no concurso nacional. Cláudia Kellermann, graduada em Design pela Universidade Feevale, ficou em oitavo lugar, com o livro Bom dia Aninha, ilustrado por Hermes de Lima. A obra foi baseada no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado pela professora Regina Heidrich.
Professora Regina Heidrich com o protótipo do livro Rebeca
Os livros multissensoriais são baseados em tecnologias de informação e comunicação, estratégias de adaptação audiovisual e comunicação alternativa. Segundo a professora Regina, que é doutora em Informática na Educação e atua nas áreas de inclusão escolar, design inclusivo, acessibilidade, ergonomia cognitiva e tecnologias assistivas, a intenção é proporcionar às crianças cegas, com visão subnormal ou com déficit intelectual, a interação com o livro. “Queremos que elas consigam interagir, que aprendam e que gostem de ler”, afirma.
Hoje existe uma grande dificuldade de encontrar livros multissensoriais no Brasil. Assim, a professora Regina tem buscado mostrar para as escolas e professores do Vale do Sinos, por meio de cursos, como desenvolver esse material, para que todas as crianças possam aproveitar os momentos de leitura. “A inclusão está aí, mas se não tivermos um material adequado, ela não vai acontecer de fato”, destaca Regina.
Saiba mais:
O Concurso Nacional do Livro Tátil é a etapa brasileira do Prêmio Typhlo & Tactus, promovido pela instituição francesa Les Doigts qui Rêvent. Esse prêmio internacional é concedido, a cada dois anos, aos melhores protótipos de livros ilustrados e táteis, acessíveis a crianças com deficiência visual. O júri é composto por fundadores da Bélgica, Finlândia, França, Itália, Holanda, Polônia, República Tcheca e Reino Unido.