Oficinas e atendimentos individuais foram realizados ao longo deste semestre em estabelecimentos de Novo Hamburgo
Embora tenha apresentado uma certa diminuição nos anos da pandemia de Covid-19, o número de matrículas na educação infantil no Rio Grande do Sul aumentou, aproximadamente, 19% nos últimos dez anos*. Isso demonstra a importância da educação para o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida e a relevância cada vez maior, em suas comunidades, das escolas particulares, as quais representavam 41% das matrículas em 2021, por exemplo.
Um projeto da Universidade Feevale vem se dedicando, em 2022, a auxiliar esse segmento em seu planejamento e gestão. Por meio do projeto social Sustentabilidade Econômica e Financeira, três professoras e três bolsistas vinculados aos cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira realizam atendimentos financeiros individuais e gratuitos a escolas de educação infantil de Novo Hamburgo. As ações visam orientar e auxiliar os proprietários e gestores dos estabelecimentos a planejar, organizar, direcionar e controlar os seus recursos financeiros. A proposição desse trabalho surgiu por meio do Conselho Municipal de Educação de Novo Hamburgo, que está sempre atento à situação das escolas, bem como à qualidade e às condições de atendimentos às crianças.
Incialmente, a equipe desenvolveu, para oito escolas, uma oficina sobre Fluxo de Caixa – temática que aborda as entradas e saídas de recursos que podem afetar a saúde financeira das organizações. Após, foi aplicado um diagnóstico para avaliação da gestão da empresa, pontos fracos e fortes, bem como demais áreas que as escolas demandavam orientações. “A partir dos resultados coletados nestes diagnósticos começamos a realizar os atendimentos com as escolas de forma individual. Desenvolvemos ferramentas financeiras personalizadas para cada uma das escolas, buscando atender às suas demandas e singularidades”, explica a líder do projeto, professora Maristela Mercedes Bauer.
Atendimentos personalizados
Após a oficina, cinco escolas continuaram com os atendimentos neste semestre. Esse é o caso da Escola Ágape, que iniciou suas atividades em 2009 tendo, até 2019, atuado como associação sem fins lucrativos. Nesse mesmo ano, migrou para o Simples Nacional começando a transição no início de 2020 – ano que surpreendeu a todos com a pandemia, mas que a Ágape conseguiu superar com foco em sua visão: a Abordagem Educacional por Princípios e a crença no desenvolvimento integral do ser.
Mesmo assim, Vanessa Reis, diretora e fundadora Escola Ágape, lembra que a escola possuía controles financeiros rudimentares. E foi por meio dos encontros do Conselho Municipal de Educação que a pró-reitora de Ensino da Feevale, Angelita Renck Gerhardt, convidou representantes da União das Escolas Privadas para apresentar o Sustentabilidade Econômica e Financeira. “Aceitei de pronto, pois veio na hora certa”, lembra.
Conforme a diretora, os encontros foram excelentes e, a partir dos atendimentos individualizados, aos poucos, a Ágape tem migrado para os controles desenvolvidos nas reuniões.
A melhora na organização tem gerado tranquilidade, corte de gastos e aumento do faturamento”, avalia Vanessa.
Compromisso com a comunidade
A pró-reitora de Ensino da Feevale, Angelita Renck Gerhardt (foto à esquerda), lembra que a Feevale tem uma responsabilidade com a sua comunidade, por isso busca ler o contexto regional para atuar da forma que lhe cabe – com conhecimento e desenvolvimento.
As pequenas escolas de educação infantil possuem uma relevância social muito grande, tanto para o desenvolvimento infantil quanto para a segurança dos pais que trabalham para sustentar suas famílias. A pandemia gerou impactos na economia das pequenas escolas privadas e comunitárias, então ajudar na sua recuperação financeira é uma forma de a Feevale auxiliar na qualidade do atendimento às crianças e na manutenção da produtividade e geração de renda das famílias”, afirma Angelita.
Na opinião da professora Maristela, com a participação no projeto, as escolas puderam identificar seus pontos fracos, fortes e oportunidades de melhoria. “Os gestores participaram ativamente da criação e implantação de uma ferramenta de gestão financeira que propiciou a verificação, análise, controle e projeção da situação das finanças, o que possibilita uma tomada de decisões mais eficaz, visando à maximização de resultados e criação de valor para o seu negócio”, conclui.
*Informações: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, publicação do Governo do Estado do RS