Atividade promovida pela Universidade Feevale reuniu acadêmicos em uma competição voltada à resolução de problemas reais
Aprimorar a comunicação nas redes sociais, ampliar o volume de tampinhas arrecadas e intensificar a captação de voluntários são alguns dos desafios enfrentados pela Associação de Assistência em Oncopediatria - AMO Criança Novo Hamburgo. Essas problemáticas foram apresentadas por representantes da entidade na última segunda-feira, 28, durante a primeira noite do Desafio Design Factory.
O evento é promovido pela Universidade Feevale, por meio do Centro de Design, em parceria com a Häme University of Applied Sciences (Hamk), da Finlândia, e reuniu acadêmicos em uma competição voltada à resolução de problemas reais. Ao longo da semana, os participantes se dividiram em grupos e precisaram desenvolver soluções na forma de projetos, utilizando a metodologia Design Thinking. E para que se preparassem, eles participaram de workshops de prototipagem e de pitch, além de orientações com professores envolvidos no desafio.
Nesta quinta-feira, 31, os grupos apresentaram suas propostas para a diretora de Relações Internacionais e Institucionais da Feevale, Paula Casari Cundari; o coordenador do Centro de Design, professor Juan Almada; e uma banca avaliadora, composta pela gerente administrativa da AMO, Carla Rosana da Silva; a assistente social e coordenadora técnica da entidade, Luana Aparecida Machado Zimmer; e a professora Paola Schmitt Figueiró, doutora em Administração com pesquisas em áreas como Inovação Social e Empreendedorismo Social.
Paula destacou que a Feevale está presente em 32 países do globo, mas é na Finlândia que possui grandes aliados estratégicos. “Essa metodologia, que une inovação, empreendedorismo, design thinking, prototipagem e solução de problemas, foi desenvolvida por um grupo de universidades da Finlândia e é uma metodologia global. O fato de vocês estarem aplicando isso aqui é um diferencial na formação de vocês”, apontou. Para Almada, existe muito valor em um desafio que busca a solução de problemas reais. “Agradeço a vocês por terem comprado a ideia de, em poucos dias, executarem um projeto do zero”, afirmou.
Projetos vencedores
Dos cinco projetos apresentados, foi a campanha Eu amo tampinhas que mais atraiu as avaliadoras. Criada pelos estudantes Camila Buhler, Stephanie Pinheiro, Débora Stockmanns, Katiane Candida Quintana Da Silva e Pedro Schmitz Maldaner, a proposta foi inspirada no fato de que a AMO arrecada, durante o ano inteiro, tampinhas plásticas, que são recicladas e convertidas em dinheiro. No processo de triagem, que é feito manualmente por voluntários, as tampinhas são separadas de outros materiais, como lacres e lixo, por exemplo.
Nesse sentido, a proposta vencedora buscou responder à seguinte problemática: como podemos otimizar o processo de separação de tampinhas, proporcionando mais conforto e agilidade aos voluntários? Para tanto, o grupo desenvolveu uma mesa funcional, que auxilia na separação das tampinhas e oferece mais ergonomia e eficiência aos voluntários. O projeto consiste e uma mesa de madeira que conta com uma peneira articulável e duas malhas - uma maior, para peneirar objetos maiores, e outra menor, para impedir o descarte de tampas menores. Além disso, ela possui um vazamento em uma das pontas, para facilitar o caimento das tampinhas em um reservatório.
O desafio ainda reconheceu outras duas iniciativas. O segundo lugar ficou com um projeto que propôs a alocação de totens de arrecadação de tampinhas em locais estratégicos, formando uma rota circular nos arredores da sede da AMO e facilitando o acesso dos voluntários. Já a terceira colocação foi para uma proposta que combinou estratégia de comunicação digital e campanha de arrecadação de tampinhas com totens.
A gerente administrativa da AMO achou fantástica a oportunidade de participar do desafio e ficou surpresa com o resultado alcançado pelos participantes em apenas quatro dias. “Nós vamos procurar usar todas as ideias que foram apresentadas, porque todas são realmente executáveis. E ter essa visão multidisciplinar de um problema é sair da caixa, porque estamos trabalhando aqui todos os dias. Voltei para a AMO com vontade de mudar tudo”, afirmou.
Parceria com instituição finlandesa na área do Design
A Universidade Feevale tem parceria, desde 2006, com a Häme University of Applied Sciences (Hamk), da Finlândia. A instituição nórdica, reconhecida pela qualidade de ensino, possui uma unidade do Design Factory, em que os acadêmicos são imersos em uma cultura de resolução de problemas a partir do design, tendo como processo a problematização, definição, idealização, prototipação e teste de novas ideias. Buscando uma aproximação desta rede e da instituição parceira, o Centro de Design da Feevale passou a promover o Desafio Design Factory, que está em sua segunda edição.
O propósito é estreitar laços com a Design Factory Global Network (DFGN), rede global de instituições de ensino superior, organizações de pesquisa e empresas que colaboram para promover a inovação e o empreendedorismo por meio do Design Thinking e da prototipagem rápida. Fundada na Finlândia, a DFGN tem como objetivo criar um ambiente interdisciplinar e criativo onde estudantes, pesquisadores e profissionais possam trabalhar juntos em projetos desafiadores e interculturais.
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