Dia internacional do surdo e do tradutor e intérprete em libras ocorre nesta sexta-feira, 30
O último dia de setembro provoca a reflexão sobre a inclusão de pessoas surdas na sociedade. O dia 30 deste mês chama a atenção para essa temática, pois é dedicado, em âmbito internacional, ao surdo e ao tradutor e intérprete em libras. Por isso, esse mês também é conhecido pela cor azul, que está relacionada à Segunda Guerra mundial, quando fitas azuis eram amarradas em pessoas com deficiência para diferenciá-las das demais.
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o primeiro Relatório Mundial da Audição. O estudo constatou que 1,5 bilhões de pessoas sofrem com algum grau de deficiência auditiva em todo o mundo. A organização projeta que problemas relacionados à audição podem chegar, até 2050, a uma em cada quatro pessoas.
A otorrinolaringologista Marina Faistauer, professora do curso de Medicina da Universidade Feevale, destaca que é importante procurar um especialista tanto para confirmar ou descartar uma suspeita quanto para prevenir problemas auditivos. Segundo ela, o teste da orelhinha, exame obrigatório no Brasil desde 2010 e que deve ser feito até os primeiros 30 dias do recém-nascido, tem sido fundamental para acelerar o diagnóstico precoce da perda auditiva congênita. “Nesse período, o bebê não costuma dar muitos sinais que nos façam suspeitar de uma perda auditiva, pois sabemos que, quanto antes se inicia o tratamento dessas crianças, através de estímulo sonoro, melhores serão os resultados”, afirma.
A médica ressalta, também, que o auxílio da tecnologia tem sido fundamental para a inclusão das pessoas surdas na sociedade, em função da utilização dos aparelhos auditivos e implantes cocleares. “Ser surdo não significa viver no silêncio. Essas tecnologias proporcionaram à população surda oralizada, como é conhecida, a oportunidade de falar como qualquer ouvinte (não necessitando de uma terceira pessoa como intérprete) e a dominar o português falado e escrito, facilitando a sua inserção na sociedade”, enfatiza.
Marina pondera, no entanto, que existem pessoas, os surdos sinalizados, que têm indicação ou optam por não utilizar essas tecnologias e se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Essa forma de comunicação, que surgiu no século XIX, contribuiu muito para a inclusão e educação da população surda e tem papel muito importante na comunicação da população surda”, complementa.
A professora destaca, ainda, que as pessoas devem ter os seguintes cuidados para diminuir as possiblidades de danos auditivos:
- Evitar exposição frequente a ruídos. Se for necessário, usar protetores auriculares e fazer intervalos periódicos.
- Cuidar com o volume dos fones de ouvido. O ideal é não passar da metade da potência do aparelho.
- Ter uma alimentação balanceada, não abusando de doces e cafeína.
- Evitar a automedicação. Existem medicamentos que são ototóxicos, ou seja, podem prejudicar a audição.
- Não utilizar hastes flexíveis. Elas podem empurrar o cerume para dentro do conduto auditivo externo, além de causar infecções e ferimentos do ouvido.