Edição do ACI Talks, que tem apoio da Feevale, aconteceu nesta quarta-feira, 9
Tenha coragem, seja curioso e faça perguntas, tome decisões, esforce-se, seja dono dos seus sonhos e tenha sempre em mente que trabalhar é bom. Esses são alguns dos ensinamentos do ex-atleta profissional e empreendedor Paulo César Tinga aos 960 alunos de escolas públicas de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos e outros participantes da palestra que fez no Teatro Feevale, nesta quarta-feira, 9. O evento, promovido pelo Projeto ACI Talks e Comitê de Educação e Cultura, teve apoio da Universidade Feevale.
Na abertura, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), Robinson Klein, disse que, somadas as edições de 2023 e 2024, o ACI Talks beneficiará mais de cinco mil alunos e centenas de professores com o compartilhamento de experiências de voluntários da entidade. Conforme Klein, impulsionar a cultura da inovação é o propósito da atual gestão e, para que a inovação aconteça, a educação é fundamental. O reitor da Feevale, José Paulo da Rosa, parabenizou a ACI e o Comitê de Educação e Cultura pela organização do evento e disse que a trajetória de superação e a resiliência de Tinga merecem ser compartilhadas tantas vezes quanto necessário.
Antes mesmo de Tinga entrar no palco, a plateia já se repetia em aplausos. Ao aparecer e proferir a frase ‘é os guri e as guria’, uma espécie de código de saudação do público jovem, levou os participantes ao delírio. Com elogios ao Teatro Feevale (“É o melhor do Rio Grande do Sul”, definiu) e grande capacidade de conectar-se com o público, Tinga narrou sua história na Restinga, em Porto Alegre, onde nasceu. Disse ter conhecido o significado de família e trabalho com a mãe, separada, que trabalhava todos os dias e também às sextas-feiras à noite e, ao voltar de madrugada, trazia consigo sacolas cheias de comida e bebida. “Trabalhar deve ser bom”, pensava.
Também citou ter sido reprovado três vezes em testes no Internacional e aprovado já no primeiro no Grêmio, clube pelo qual tornou-se atleta profissional, em 1996. “Foi a tomada de decisão que mudou o meu destino”, disse, referindo-se ao fato de ter ido ao Estádio Olímpio para realizar o primeiro teste no Grêmio, mesmo que os amigos não mais acreditassem que pudesse ser aprovado.
“Para tomar decisão, tem que ter coragem”, destacou. Foi o que teve em outros clubes e também ao parar de jogar futebol, aos 37 anos, e decidir voltar aos estudos, em Porto Alegre. Nas aulas, não tinha coragem para levantar a mão e dizer que não estava entendendo o conteúdo, apesar dos alertas das professoras. Mais uma vez, teve que decidir. E decidiu mudar.
Cada um é dono dos seus sonhos
Conforme Tinga, cada pessoa é dona de seus sonhos e deve esforçar-se para realizá-los. “Não é preciso que a professora, o chefe ou outra pessoa nos cobre para realizarmos os nossos sonhos. Quando somos chefes dos nossos sonhos, tudo muda. Sonhos são diferentes, mas são legítimos. Os sonhos são seus, não das professoras ou dos chefes. Por isso, se quiser mudar sua vida, faça aquilo que lhe cabe fazer e acredite nos seus sonhos, independentemente de ter alguém cobrando ou não”, sugeriu.