Atividade oferece tratamento gratuito a portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que buscam melhora na qualidade de vida
Pacientes recebem tratamento durante 15 semanas.
Estão abertas as inscrições para participação no Projeto de Extensão e Pesquisa em Reabilitação Pulmonar da Universidade Feevale. Realizada desde 2000, a iniciativa se propõe a melhorar a qualidade de vida de pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), proporcionando uma maior inserção desses indivíduos na comunidade. Para se inscrever no projeto, o candidato deve entrar em contato com o Laboratório de Estudos da Atividade Física, do Exercício e dos Esportes (Leafees) pelo telefone 3586-8800, no ramal 7133, nas segundas, quartas e sextas pela manhã.
A DPOC é causada, principalmente, pelo cigarro. “Com os anos de fumo, a pessoa desenvolve essa doença pulmonar que, com o passar do tempo, vai limitando suas atividades. Ela é caracterizada pela falta de ar (dispneia), causada principalmente pela bronquite crônica e pelo enfisema pulmonar”, explica a coordenadora do projeto, Cassia Cinara da Costa. Segundo ela, a falta de ar impede a realização de atividades do cotidiano, como escovar os dentes, tomar banho e subir escadas. Para tratar esse mal, os médicos indicam o programa de reabilitação, a fim de trabalhar, por meio de exercícios físicos e avaliações regulares, a melhora das condições respiratórias.
O tratamento realizado na Feevale, que é gratuito e único na região, dura 15 semanas e é multidisciplinar, contando com a participação de profissionais de Educação Física, Fisioterapia, Farmácia, Nutrição e Psicologia, que acompanham os pacientes durante o período de reabilitação. “Com as atividades desenvolvidas, o paciente recupera a resistência física e melhora a qualidade de vida. Na academia, são realizados aquecimento e a prática de atividade física, onde é submetido a uma série de exercícios diferentes”, detalha. São atendidos grupos de 15 pacientes a cada período, que realizam exercícios físicos regulares, às segundas, quartas e sextas-feiras no Leafees (Câmpus I, Sala 112).
Para participar do projeto, o paciente portador da DPOC deve apresentar o encaminhamento médico. “Quando chega ao Leafees, ele vai passar por uma avaliação dos sinais vitais, com aferição da pressão arterial, verificação da falta de ar, saturação periférica de oxigênio e frequência cardíaca. De acordo com os resultados, são encaminhados para a academia. Também é avaliada a evolução do paciente nos exercícios, com carga e tempo de esteira”, explica Cassia.
De acordo com a coordenadora, o que melhora de imediato é a falta de ar, já que com o treinamento o paciente acaba recuperando o condicionamento físico, minimizando a ocorrência de dispneia durante atividades que requeiram esforços leves.
Reconhecimento
O programa da Universidade Feevale é um dos mais completos existentes atualmente, sendo procurado por pessoas de todo o Estado e do país. Desde o início de suas atividades, já atendeu mais de 500 pacientes. De acordo com Cassia, a iniciativa conta com recursos de ponta, tanto na estrutura quanto na equipe que o integra, únicas no Vale do Sinos. “Contamos, inclusive, com equipamentos de alto nível, como um ergoespirômetro, que realiza uma prova de função pulmonar completa”, completa. O trabalho realizado no projeto rendeu, em 2011, o Prêmio de Melhor Programa de Reabilitação Pulmonar do Brasil, concedido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Dados para pesquisa
Além de beneficiar centenas de pacientes que necessitam de tratamento para a DPOC, o Projeto de Extensão e Pesquisa em Reabilitação Pulmonar da Feevale está ligado a outros projetos e pesquisas da Instituição, servindo como base para coleta de dados. Faz parte, por exemplo, do Lócus de Controle da Saúde e a Adesão ao Tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: Um Estudo Correlacional, que integra o Mestrado em Diversidade Cultural e Inclusão Social. Além disso, também integra o projeto Validação de um Protocolo de Avaliação e Reabilitação para Pacientes Portadores de DPOC, da linha de pesquisa em Reabilitação em Doenças Crônicas Não Transmissíveis. “É um programa bastante completo, onde atendemos centenas de pacientes. Todo esse trabalho acaba se tornando uma ótima fonte de dados para outros estudos nessa área da saúde”, finaliza a coordenadora.
01/03/2016 - Atualizado 17h34min