Campanha de doação de materiais, disponibilização de barco e van para resgate das famílias e viabilização de rede de radioamadores para facilitar a comunicação em áreas isoladas são algumas das iniciativas
O alto volume de chuvas que vem atingindo o Rio Grande do Sul nos últimos dias resultou no alagamento de diversos municípios, inclusive na região do Vale do Sinos. Para ajudar as famílias atingidas, muitas das quais perderam tudo o que tinham em suas casas, a Universidade Feevale está realizando diversas ações, principalmente por meio do projeto social Laboratório de Vulnerabilidades, Riscos e Sociedade (LaVuRS) e do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental.
Uma das iniciativas é a arrecadação de donativos, que posteriormente serão doados à população. Os itens necessários incluem produtos de limpeza e higiene pessoal, utensílios de limpeza, material escolar, cobertores e roupas de cama, fraldas infantis e geriátricas, roupas e calçados, água potável, alimentos não perecíveis e ração para animais. Há dois pontos de coletas na Universidade: Escola de Aplicação Feevale, no Câmpus I (Av. Dr. Maurício Cardoso, 510, bairro Hamburgo Velho, Novo Hamburgo), e Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Proppex), no 2º andar do prédio Lilás, no Câmpus II (ERS-239, 2755, Novo Hamburgo). Além do LaVuRS e do PPG em Qualidade Ambiental, estão envolvidos nesta campanha os demais projetos sociais da Proppex, o Diretório Acadêmico (DA) de Medicina e a Escola de Aplicação Feevale.
Equipes do LaVuRS e do PPG em Qualidade Ambiental também estão circulando em bairros de Novo Hamburgo, como Canudos e Santo Afonso, para verificar as principais necessidades dos moradores. A Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo (Aspeur), mantenedora da Feevale, também disponibilizou uma van do curso de Medicina e um barco, que é utilizado em pesquisas da Instituição, para o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, para o resgate das famílias. Além disso, os professores estão tentando viabilizar uma rede de radioamadores para facilitar a comunicação com áreas isoladas nos municípios da região.
"Estamos solidários e dispostos a fornecer suporte técnico e promover as ações necessárias para auxiliar as pessoas atingidas pelas enchentes. Queremos contribuir para a recuperação das comunidades afetadas e ajudar, inclusive, no desenvolvimento de estratégias para a prevenção de futuras tragédias”, afirma o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov. O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, Fernando Spilki, lembra que a Feevale está mobilizada, através da equipe do projeto LaVuRS, desde o início dos alertas. “Esse projeto tem como objetivo contribuir para o avanço científico e da autonomia comunitária no campo das vulnerabilidades sociais, de riscos e desastres, a partir da união dos conhecimentos técnico, científico e popular, no âmbito da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. O plano é ampliarmos as ações de apoio à comunidade”, informa.
Orientações para a comunidade
A coordenadora do Laboratório de Vulnerabilidades, Riscos e Sociedade (LaVuRS), Danielle Martins, diz que as pessoas que estão em áreas de encostas íngremes, principalmente onde existem muitas árvores no entorno, não devem esperar sinais de deslizamento. “É necessário buscar locais de abrigo ou casas de conhecidos para se abrigar e, se possível, levar seus documentos e receitas de medicações de uso controlado” – orienta – “Claro, desde que isso não comprometa a segurança dessas pessoas em sair de casa. O solo está muito encharcado e a chuva persiste, conforme as previsões alertam, o que vai tornar esses locais mais propensos a deslizamentos”.
Danielle também ressalta que é muito importante não deixar as crianças sozinhas, já que estão sem aula, ou ficar em casa em qualquer sinal de rachadura nas casas, barulhos e árvores que começam a inclinar. “Às áreas de inundação são lugares perigosos para trafegar, por isso as pessoas devem evitar contato com a água e rede elétrica, pelo risco de choque elétrico, ou transitar com veículos”, afirma, acrescentando que, em caso de abandono desses locais, é preciso soltar os animais para que consigam escapar e ser resgatados.
A coordenadora do LaVuRS acrescenta que, caso alguém conheça pessoas com dificuldade de mobilidade, acamados, idosos com mobilidade restrita ou cadeirantes, deve comunicar a Defesa Civil de sua cidade para auxílio na retirada de suas casas. “Sabemos que quem mais perde nestas situações são, muitas vezes, aqueles que menos têm condições de recuperar seus bens, devido à situação financeira, mas a vida não tem preço. As pessoas não devem, portanto, esperar para sair de casa, pois a situação é muito complicada, estamos vivenciando uma das maiores catástrofes climáticas pelas quais o Estado já passou”, enfatiza.
Aulas na Feevale permanecerão online até sábado, 4
Em função das dificuldades de locomoção e os riscos associados às fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, a Universidade Feevale está migrando, nesta quinta-feira, sexta-feira e sábado, 2, 3 e 4 de maio, suas aulas do ensino superior para a modalidade online. As atividades de estágio e práticas serão mantidas presencialmente, sem prejuízo aos que não puderem se deslocar. A biblioteca e os laboratórios dos três câmpus – dois em Novo Hamburgo e um em Campo Bom – estarão abertos para quem precisar utilizar os espaços para estudo. Para qualquer dúvida, os estudantes podem contatar seus professores, pela plataforma Feevale Mais.