Argamassa que aproveita resíduos de madeira pinus tem patente concedida | Universidade Feevale

Argamassa que aproveita resíduos de madeira pinus tem patente concedida

19/06/2024 - Atualizado 18/06/2024 17h44min

Desenvolvido na Universidade Feevale, produto para aplicação em contrapisos apresenta baixa absorção de água e alta resistência à tração e compressão

Argamassa com pinus

Uma invenção que busca solucionar as falhas encontradas em argamassas de isolamento acústico e térmico tradicionais e, ainda, oportunizar uma destinação aos resíduos industriais da madeira pinus, teve sua patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Trata-se da Argamassa para contrapiso com resíduos de pinus para isolamento térmico e acústico e seu processo de obtenção. O produto, desenvolvido na Universidade Feevale, é de autoria de Daiana Cristina Metz Arnold, Adriana Teresinha da Silva, Carolina Silveira Barlem Gemelli, Cassiano Kaiser e Letícia Lange.

As argamassas para contrapisos mais comuns são, geralmente, constituídas por cimento, areia e água, para que forneçam propriedades de aderência e rápido endurecimento. No entanto, para que alcancem as características necessárias ao isolamento térmico e acústico, podem contar com a adição de outros elementos à sua mistura, como EVA, polímeros, cinzas de madeira, cascas de arroz e cascas de serragem, entre outros aditivos.

Uma vez incorporados às misturas de argamassa, muitos desses componentes apresentam uma característica indesejável, que é a alta absorção de água. Isso resulta na redução de sua resistência à tração e compressão, o que gera desgaste nos contrapisos. Além disso, argamassas como as poliméricas, por exemplo, possuem um alto impacto ambiental, pois utilizam materiais com baixa capacidade de degradação.

Outra deficiência das argamassas tradicionais é apontada por Daiana Arnold, uma das autoras da invenção e professora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Feevale. “As argamassas atuais, muitas vezes, não atendem tecnicamente aos quesitos de isolamento térmico e acústico. Outras vezes, atendem somente ao isolamento térmico, mas não ao acústico, ou vice-versa”, afirma.

Dessa forma, o resíduo industrial de pinus surge como uma alternativa aos aditivos à argamassa para fins de isolamento térmico e acústico. Proveniente de uma árvore de fácil cultivo e rápida colheita, a madeira do pinus é altamente explorada na indústria madeireira, sendo a segunda espécie de árvore mais cultivada no Brasil, com 1,9 milhão de hectare de plantação, segundo relatório mais recente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ).

Portanto, a invenção, que teve a patente expedida em 21 de maio, tem o pinus como seu principal componente. O resultado é um produto com boas condições de absorção de ondas sonoras e de isolamento térmico, baixa absorção de água, alta resistência à tração e compressão, bom custo-benefício e baixo impacto ambiental.

A invenção é de extrema relevância para a área de construções sustentáveis”, pontua a professora.

Para a obtenção da argamassa, são misturados, junto à água, dois tipos de agregados miúdos: areia natural e o resíduo da madeira pinus pré-tratada em processo físico de autoclavagem - no qual há adição de conservantes com o objetivo de aumentar a vida útil da madeira.

 

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