Assunto foi tema do Prato Principal de dezembro, evento que tem apoio máster da Universidade Feevale
O PIB brasileiro deve crescer 4,6% em 2021 e apenas 1,0% em 2022, enquanto o do RS terá desempenho superior, com alta de 9,6% este ano e 1,6% em 2022. A projeção é do economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, palestrante do Prato Principal da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV) na última quinta-feira, 9, com apoio máster de Universidade Feevale.
A projeção leva em conta, entre outros dados, os resultados da Sondagem Industrial RS de novembro, que indica perspectivas positivas dos industriais gaúchos para os próximos meses. De acordo com a pesquisa, 36,6% esperam aumento na demanda e 65,2% têm intenção de investir, percentuais superiores aos do auge da crise, em abril de 2020.
“O pior da crise já passou, mas o melhor também. A economia mundial segue crescendo, mas com risco de baixa”, disse Nunes. Em sua análise, após o pico da pandemia, dos estímulos e do crescimento no segundo trimestre de 2021, a economia mundial se encaminha para um ciclo de normalização e deve começar a desacelerar.
O cenário logístico internacional tem reflexos no setor industrial gaúcho. Conforme a Sondagem Industrial RS de novembro, os industriais gaúchos percebem dificuldade de acesso a insumos importados superior à de 2020. Como consequência, as indústrias têm dificuldades de atender à demanda e mantêm estoques elevados.
Recuperação puxada pela indústria e agropecuária
Para o Rio Grande do Sul, a projeção de PIB mais alto em 2021 deve-se ao desempenho da indústria e da agropecuária. A produção de soja na safra 2021 cresceu 80,6% em relação à de 2020. No Brasil, o crescimento foi de apenas 9,8%. A indústria registrou alta de produção de 12,7% entre janeiro e setembro de 2021, ante igual período de 2020. Já o volume de vendas do varejo ampliado foi 5,7% maior e o setor de serviços cresceu 12,3% nos primeiros nove meses de 2021.
“Beneficiada pelo dólar mais alto, a maioria dos setores industriais tem conseguido aproveitar a demanda externa aquecida e aumentar as exportações”, explicou Nunes. Entre os principais produtos exportados em 2021, em relação a 2020, estão calçados (+US$ 190 milhões) e couro (+US$ 137 milhões), que ocupam a terceira e quinta posição, respectivamente.