24/01/2019 - Atualizado 15h04min
A professora Vanusca Jahno, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Universidade Feevale, está investigando maneiras de aumentar a duração de produtos orgânicos, o que pode beneficiar agricultores, empresários e consumidores. Ela pesquisa a utilização em tomates orgânicos de recobrimentos feitos com amido de milho, goma xantana e própolis, o que aumenta o período de conservação do legume.
Com o tempo, os recobrimentos substituirão as embalagens, diminuindo os custos da preservação para o agricultor e o cliente final. Essa tecnologia é promissora no mercado mundial em razão das vantagens que apresenta, pois são utilizados materiais biodegradáveis, o que contribui para a redução da poluição e estendem a vida útil de frutas e legumes.
A procura por produtos orgânicos vem aumentado no Brasil, conforme o Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis). Cerca de 15% da população urbana consumiu algum produto orgânico nos dois meses que antecederam à divulgação dos dados (junho de 2017). Na Região Sul é onde ocorre a maior procura por esse tipo de alimento, chegando a 34% da população, mais do que o dobro da média nacional.
Conforme a legislação, para ser considerado orgânico, a obtenção do produto in natura ou processado deve ocorrer em um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema. O alimento orgânico mais consumido é alface (um em cada três consumidores), seguido pelo tomate (um em cada cinco).
O projeto de Vanusca, chamado Desenvolvimento de Membranas e Compósitos Poliméricos Micro e Nanoestruturados, estuda a utilização de polímeros biodegradáveis comestíveis para recobrimento de frutas e legumes orgânicos, aumentando a vida útil pós-colheita. O produto já foi testado em diversas frutas (morangos, laranjas, maçãs, uvas e tomates). No caso dos tomates orgânicos, o recobrimento estende a duração média natural de duas para cinco semanas. Esse tempo suplementar permite que o agricultor ou a empresa gerem mais renda, sem perda da mercadoria.
Doutorado
Essa pesquisa é desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais, que está com inscrições abertas até 11 de fevereiro para o processo seletivo da primeira turma do doutorado profissional. Este curso, nessa modalidade, é inédito no Rio Grande do Sul.
O objetivo do PPG é produzir pesquisas avançadas na área de materiais e processos, formando doutores que, mediante o conhecimento científico, busquem soluções para demandas associadas ao desenvolvimento industrial. Assim, busca a qualificação de processos, a melhoria dos materiais já existentes, bem como o desenvolvimento de novos materiais e processos que impulsionem o desenvolvimento regional. Com área de concentração em Desenvolvimento Tecnológico em Materiais, são duas as linhas de pesquisa: Desenvolvimento e caracterização de materiais e Otimização de processos industriais.
Mais informações no site www.feevale.br/materiais.