Luis Justo falou, no Teatro Feevale, sobre atitudes empreendedoras e inovação
Luis Justo, CEO do Rock in Rio. Foto: Andrieli Siqueira/Feevale
A palestra promovida pela Killing S.A Tintas e Adesivos na noite desta terça-feira, 23, como parte da programação de sua convenção anual, surpreendeu não apenas pela grande presença de público, mas também pela revelação de alguns segredos que fazem do Rock in Rio uma referência internacional em produção de eventos. Cerca de 1.250 pessoas compareceram ao Teatro Feevale para assistir à palestra de Luis Justo, CEO da Rock World, empresa que produz o Rock in Rio.
O Câmpus II da Universidade Feevale foi escolhido para sediar a palestra e as demais atividades da convenção anual da Killing. O CEO da empresa, Milton Killing, diz que a Feevale também é um pouco a casa da Killing. “Estivemos aqui na inauguração do Teatro Feevale, com o show do Carreras, e agora nós estamos no palco, trazendo para a comunidade um palestrante como o Luís Justo, CEO do Rock in Rio” – afirmou – “Nossa história com a Universidade vai além disso, já que a instituição forma pessoas relevantes para a nossa empresa e muitas outras. É aqui também que buscamos nossos talentos”.
Milton Killing apresentou o palestrante. “Novo Hamburgo tem um amigo. E ele está encantado com a cidade”, revelou. Nos bastidores, Luis Justo reconheceu o impacto de conhecer “uma universidade incrível como a Feevale”, disse. Do total de público, cerca de 600 pessoas eram colaboradores e convidados da Killing. Estudantes e participantes em geral doaram alimentos em troca dos ingressos, gerando mais de duas toneladas de alimentos não perecíveis para o Banco de Alimentos.
Luis Justo disse que compreendeu a grandeza da Killing ao se deparar com a experiência de circular pelos ambientes reais mobiliados e instalados no hall do Teatro Feevale para demonstrar o que diz a marca sobre si mesma: Killing está em tudo. “Vocês vendem felicidade. E nós também”, observou o convidado. Para ele, uma empresa não vende somente o seu produto em si, mas entrega propósito e faz diferença nas vidas das pessoas.
“No caso do Rock in Rio, trata-se do evento que proporciona experiências incríveis, a ponto de se tornarem desejáveis. Ao final da última edição, em 2022, já sabíamos, por pesquisa, que 94% das pessoas desejavam ir ao próximo festival, em 2024, mesmo sem saber que atrações estarão nos palcos”, explicou, fazendo a conexão de seu entendimento sobre a Killing. “Quando você afirma que está em tudo, você está demonstrando que faz parte de um universo enorme de coisas de valor que não se calcula. Um quarto de bebê bem pintado, lindo, é um sonho de pais felizes. Um atleta que precisa de um tênis de alta performance que o ajude, é um atleta satisfeito. Uma boa noite de sono, em um colchão de qualidade, nos revigora no dia a dia. Se a Killing está em tudo isso, então está na felicidade das pessoas”, resumiu.
Ensinamentos
Ao explicar algumas das razões para o crescimento e a consolidação do Rock in Rio como referência em evento de grande porte, Justo revelou que, ao longo de sua carreira de gestor de empresas, aprendeu que “não existe negócio forte sem uma cultura forte. Por trás de qualquer empresa existe uma cultura. Conhecer essa cultura e ensiná-la aos funcionários e aos clientes é o que ajuda a construir empresas sólidas”, afirmou.
Milton Killing, CEO da empresa. Foto: Marcelo Will/Killing
Engenheiro de Produção, com MBA em Gestão de Negócios, o palestrante também ensinou sobre a importância de ouvir proativamente os clientes. Segundo ele, “cliente chato é o melhor cliente, porque dá a possibilidade de resolver o problema”. As empresas que sabem o que fazer com as informações que os clientes entregam trabalham para melhorar, e isso deve ser algo permanente. Na visão de Justo, o Rock in Rio tem uma certa obsessão pela jornada do cliente. Desde a compra do ingresso, a chegada ao evento, o tempo na Cidade do Rock, a saída, a alimentação, as filas etc. “Criamos uma carta padrão que convida o cliente a nos contar se teve problemas. Ao entregar as respostas, ele ganha um brinde – um chaveiro. Imediatamente, já temos pronta uma carta com pedido de desculpas pela falha e que vamos melhorar”, citou, exemplificando formas de abordagem e tratamento para os clientes.
Quanto ao contexto vivido na história das empresas, o CEO do Rock in Rio fez questão de expor uma situação difícil que vivenciou para afirmar o quanto crises, a maioria inesperadas, podem se transformar em oportunidades. Quando ele era CEO da marca de moda Osklen, com sede no Rio de Janeiro, enfrentou, em 2010, um incêndio que destruiu a empresa, estoques, produção, máquinas e administrativo geral. Apoiado pela criatividade e postura responsável do fundador da marca, o empresário caxiense Oskar Metsavaht, ele liderou o processo de reconstrução a partir de uma coleção chamada Fênix, que transformou o incêndio em inspiração. “Foi uma das coleções recordistas de vendas e de sucesso na indústria da moda. Isto é, da enorme crise que apareceu em uma noite, superamos e ainda tivemos mais sucesso”, orgulha-se.
Justo ainda falou de um ponto relevante na sua gestão: a coragem. Para ele, coragem não é ausência de medo, mas é a avaliação de que algo é mais importante que o medo. Sendo assim, exemplificou o quanto teve medo ao decidir pelo show com drones computadorizados na edição de 2017 do Rock In Rio. “Esse espetáculo só seria possível com condições ideais de vento e pressão atmosférica. O investimento era de R$ 1 milhão, que poderia ter sido posto no lixo se não desse para fazer no dia. Mas o medo foi superado pela certeza de que a apresentação dos drones, formando a marca Rock in Rio no céu da cidade, seria uma experiência ao vivo emocionante. E foi!”, contou.